Comunicação na Indústria de Óleo e Gás
contribuições da Linguística Aplicada e do Inglês para Aviação
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7726.2023.1.44471Palavras-chave:
Comunicação, Indústria de óleo e gás, Inglês para Aviação, Linguística Aplicada, Fatores HumanosResumo
Este artigo tem como objetivo descrever algumas características da comunicação na indústria de óleo e gás considerando as contribuições da linguística aplicada e do inglês de aviação. Os estudos foram motivados pela necessidade de se ter um retrato da dinâmica comunicacional que ocorre no cenário proposto, realizados no âmbito do Projeto HF2 e organizados em três etapas. A Fase 1 revisou os relatórios de acidentes para descobrir fatores de comunicação que poderiam estar associados à segurança e ajudar a construir uma versão preliminar de uma taxonomia baseada na Taxonomia de Fatores de Comunicação e Linguagem na Aviação usada para análise linguística na aviação. A segunda etapa compreendeu entrevistas com trabalhadores de duas diferentes operações offshore, a fim de avaliar as informações metalinguísticas a respeito de possível treinamento e uso padronizado da linguagem durante a realização das atividades. A terceira etapa compreendeu a coleta de dados in loco e a análise das informações linguísticas. A Linguística de Corpus, a Análise Conversacional, o Princípio Cooperativo e a Taxonomia dos Fatores de Comunicação e Linguagem na Aviação foram alguns dos referenciais teóricos que orientaram a análise. Os resultados apresentados são preliminares, porém significativos, e mostram que fatores procedimentais são marcantes quando se contempla a possibilidade de falha na comunicação e, por isso, podem ser considerados o cerne de uma taxonomia. Adicionalmente, os dados metalinguísticos das entrevistas mostram que parece haver um comportamento comunicativo padronizado nas operações dado o rigoroso treinamento técnico a que os trabalhadores são submetidos. No entanto, o uso indevido ou a não utilização de certas estruturas léxico-morfológicas e de estratégias e procedimentos comunicativos podem impactar a segurança. Nessa linha, o artigo também aborda algumas sugestões para práticas de comunicação otimizadas.
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