Ausências e estereótipos no romance brasileiro das últimas décadas
Alterações e continuidades
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7726.2021.1.40429Palavras-chave:
Romance brasileiro contemporâneo, Personagens, RepresentaçãoResumo
O artigo apresenta e discute os resultados de uma pesquisa sobre os 689 romances de autores brasileiros publicados pelas mais importantes editoras do país entre 1965 e 1979 e entre 1990 e 2014. Os dados mostram que o romance brasileiro contemporâneo privilegia a representação de um espaço social restrito. Suas personagens são, em sua maioria, brancas, do sexo masculino e das classes médias. Sobre outros grupos, imperam os estereótipos. As mulheres brancas aparecem como donas-de-casa; as negras, como empregadas domésticas ou prostitutas; os homens negros, como bandidos. As mudanças ao longo do tempo, embora não estejam ausentes, não são de grande monta. Assim, o campo literário, embora permaneça quase imune às críticas que outros meios de expressão simbólica costumam receber, tende a reproduzir os padrões de exclusão da sociedade brasileira.
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