O nacionalismo nas matrizes ideológicas do discurso político
A argumentação no impeachment de Dilma Rousseff
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7726.2020.3.36895Palavras-chave:
Discurso, Nacionalismo, Retórica, Parlamento, ImpeachmentResumo
O presente trabalho tem como objetivo verificar a veiculação de valores e de aspectos dóxicos no discurso político, especificamente no que diz respeito ao problema do nacionalismo. Servindo-se do corpus de apoio representado pela votação do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, pergunta-se se a introdução no discurso de uma cena nacionalista é acompanhada, por atração isotópica, de outros elementos afeitos ao discurso conservador ou progressista, segundo os parâmetros de Bobbio (2011) e Charaudeau (2016). A pesquisa apontou para o fato de que a maioria dos votantes que apresentaram um discurso nacionalista empregou estratégias retóricas próprias da direita política conservadora, que votou massivamente pela saída da ex-presidente.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Alberto Carlos. A cabeça do brasileiro. São Paulo: Record, 2007.
AMOSSY, Ruth. A Argumentação no discurso. São Paulo: Contexto, 2018.
ANGENOT, Marc. Dialogues de sourds: traité de rhétorique antilogique. Paris: Mille et une nuits, 2008.
ARAÚJO, Thiago de. Pró-união gay, contra o machismo e o aborto: Partido da Mulher Brasileira é o 35.º do Brasil após decisão do TSE. Huffpost. 30 de ago. 2015. Disponível em: < https://www.huffpostbrasil.com/2015/09/30/pro-uniao-gay-contra-o-machismo-e-o-aborto-partido-da-mulher-b_a_21689618/ >. Acesso em: 03 de out. 2019.
ATA da 91ª Sessão da Câmara dos Deputados, Deliberativa Extraordinária, Vespertina, da 2ª Sessão Legislativa Ordinária, da 55ª Legislatura, em 17 de abril de 2016. Sessão: 091.2.55.0. Departamento de taquigrafia, revisão e redação. Câmara dos Deputados. Brasil.
BOBBIO, Norberto. Direita e Esquerda: razões e significados de uma distinção política. São Paulo: Editora Unesp, 2011.
CHACON, Vamireh. História dos Partidos Brasileiros: Discurso e práxis dos seus programas. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1985.
CHARAUDEAU, Patrick. Du discours politique au discours populiste. Le populisme est-il de droite ou de gauche? In: CORCUERA, F. et alii (org.). Les discours politiques. Regards croisés. Paris: L’Harmattan, 2016, p.32-43.
CHARAUDEAU, Patrick. Les stéréotypes, c’est bien. Les imaginaires, c’est mieux. In: BOYER, H. (dir.). Stéréotypage, stéréotypes: fonctionnements ordinaires et mises en scène. Paris: L’Harmattan, 2007.
DAMATTA, Roberto. O que faz o Brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2004.
GRACIO, Rui. Para uma teoria geral da argumentação: questões teóricas e aplicações didáticas. 2010. 446f. Tese (Doutorado) – Universidade do Minho. Instituto de Ciências Sociais. Braga, 2010.
GRICE, Paul. Logique et conversation. Comunications, n. 30, 1979.
KANT, Immanuel. À paz perpétua. Porto Alegre: L&PM, 1989.
KANT, Immanuel. Crítica da Razão Pura. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994.
LATINOBARÓMETRO. Informe 2018. Santiago: CAF, 2018.
MADEIRA, Rafael Machado; TAROUCO, Gabriela da Silva. Partidos, programas e o debate sobre esquerda e direita no Brasil. Revista de Sociologia e Política. Curitiba, v. 21, n. 45, 2013, p. 149-165.
MAINWARING, Scott. Rethinking party systems in the third wave of democratization: The Case of Brazil. Stanford: Stanford University Press, 1999.
MOURA, Marcelo. Rogério Peninha Mendonça: ‘não é todo dia que ele vai atirar no marginal’, Época, Rio de Janeiro, 24 de abr. 2015. Disponível em: http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2015/04/rogerio-peninha-mendonca-nao-e-todo-dia-que-ele-vai-atirar-no-marginal.html. Acesso em: 5 de fev. 2017.
ORO, Ari; MARIANO, Ricardo. Eleições 2010: religião e política no Rio Grande do Sul. Debates do NER. Porto Alegre, ano 10, n. 16, 2010, p. 9-34.
PLANTIN, Christian. Dictionary of argumentation: an introduction to argumentation studies. Milton Keynes: Lightning source, 2018.
QUADROS, Marcos Paulo dos Reis. O conservadorismo à brasileira: sociedade e elites políticas na contemporaneidade. 2015. 273f. Tese (Doutorado) - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Porto Alegre, 2015.
QUEM É CABO DACIOLO? Saiba mais sobre o candidato que roubou a cena no debate. Último Segundo. 10 de ago. 2018. Disponível em : < https://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2018-08-10/cabo-daciolo-debate.html >. Acesso em: 17 de nov. 2019.
REALE, Giovanni et ANTISERI, Dario. História da Filosofia: a filosofia pagã antiga, v. 1. São Paulo: Paulus, 2005c.
RODRIGUES, Leôncio Martins. Partidos, ideologia e composição social. Revista Brasileira de Ciências Sociais, n. 48, v. 17, 2002, p. 31-47.
RODRIGUES, Leôncio Martins. Quem é quem na Constituinte: uma análise sócio-política dos partidos e deputados. São Paulo: Oesp-Maltese, 1987.
SANTOS, Frederico Rios C. dos. A Retórica da Guerra Cultural no Parlamento brasileiro: a argumentação no impeachment de Dilma Rousseff. 2019. 315f. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em Linguística. Belo Horizonte, 2019.
SOUCY, Robert. Fascism. Britannica. Disponível em: < https://www.britannica.com/topic/fascism >. Acesso em: 18 de fev. 2019.
TRINDADE, Hélgio. O nazi-fascismo na América Latina. Porto Alegre: UFRGS Editora, 2004.
ZUCCO JR., Cesar. Ideology or what? Legislative behavior in multiparty presidentialist settings. Journal of Politics, Arizona, v. 71, n. 3, 2009, p. 1076-1092.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Letras de Hoje
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Letras de Hoje implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Letras de Hoje como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.