A exclusão não está longe daqui: a natureza como potencial operador biopolítico em algumas etapas da formação do Brasil
Palavras-chave:
Colonizações, exclusão, biopoder, formação, paisagem.Resumo
Em processo marcado por elementos de continuidade e descontinuidade, problemáticos, mas perceptíveis, a “exclusão” fez parte do processo formativo do Brasil, seja em âmbito colonial seja em âmbito pós-colonial. Nesse sentido, e nos diferentes momentos históricos, a natureza funcionou como um meio que hoje poderíamos definir conceitualmente “biopolítico” na estruturação de dinâmicas de soberania e poder. De certa maneira, os discursos produzidos acerca da natureza e dos elementos que a compõem, participam de uma dinâmica complexa de elaboração de narrativas, que se apresentam enquanto um ato de verdade e um instrumento pedagógico de construção e direcionamento do olhar do homem hodierno. Como objeto central do presente artigo, levando em conta essa dimensão de produção do “real” e de controle sutil do “bíos”, busca-se analisar as relações presentes em diferentes fenômenos histórico-sociais que fundam e (re)fundam um ambiente brasileiro – a colonização e a imigração/colonização – em sua relação com os instrumentos de controle e regulação ativados em situações de exercício do biopoder. Partindo de uma problematização teórica sobre o caráter da colonização na primeira modernidade, a análise individua alguns traços precursores e problemáticos de uma técnica de governo dos viventes dentro do discurso colonial do século XVI. No que se refere ao momento do fenômeno imigratório de massa, de finais do século XIX, procura-se entender os mecanismos de fundação de uma imagem de civilidade e civilização, os quais transitam pela exclusão e destruição daquilo que é autóctone, em uma relação de exercício do poder, a partir de um excluído que constrói espaços excludentes.Downloads
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