Celikates e os limites de uma teoria da crítica sem objeto

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7289.2019.3.31162

Palavras-chave:

Teoria crítica da sociedade. Escola de Frankfurt. Positivismo. Paternalismo. Autorreflexividade.

Resumo

Analisa-se criticamente a proposta de Robin Celikates de formular uma teoria da crítica que pense a sua relação paternalista, indulgente ou emancipatória para com os agentes sociais ordinários (isto é, os não teóricos ou não cientistas). Argumenta-se que o autor, contado como um dos pertencentes a uma “nova geração” frankfurtiana, formula um modelo de crítica afastado da crítica de objetos concretos e que isso tem consequências negativas para a sua formulação. Sob o pressuposto errôneo de que isso ofenderia a autonomia e as capacidades cognitivas dos agentes, Celikates veda à teoria crítica a constatação de processos sociais que ocorrem às suas costas, o que termina por tornar a própria atividade crítica ou desnecessária ou incapaz de atender os seus objetivos.

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Biografia do Autor

Luiz Philipe de Caux, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN, Natal, RN

Doutor em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil). Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN, Natal, RN, Brasil).

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Publicado

2019-12-13

Como Citar

de Caux, L. P. (2019). Celikates e os limites de uma teoria da crítica sem objeto. Civitas: Revista De Ciências Sociais, 19(3), 692–707. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2019.3.31162