Beleza, produção e normalização do corpo em narrativas de crianças
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7289.2018.1.28328Palabras clave:
Normalização do corpo. Crianças. Gênero. Embelezamento. Etnografia.Resumen
O foco do artigo é a produção da imagem corporal de crianças entre seis e doze anos, frequentadoras de salões de beleza em Brasília. Entende-se que as crianças são agentes e intérpretes sutis de seus contextos culturais; serão priorizadas as narrativas de meninas/os, pertencentes a diferentes realidades socioeconômicas, sobre os processos de construção de sua beleza. Trata-se de um trabalho etnográfico, com perspectiva socioantropológica da infância, calcado nos estudos de gênero. Apresentam-se resultados do trabalho de campo, cujo eixo foram as experiências relacionadas ao convívio das crianças com os serviços oferecidos por salões. Discutirei como as categorias corpo e beleza – operadas nesses estabelecimentos – são manejadas pelas crianças, reverberando nos processos de produção de suas autoimagens. O artigo destaca os posicionamentos e as negociações de crianças frente às presenças incisivas, em seus cotidianos, do mercado da beleza e da valorização social de um restrito padrão estético.
Descargas
Citas
ABIPHEC. Consumo de produtos de higiene pessoal e cosméticos infantis cresce 45,6% em 5 anos (jul. 2017).
ABIPHEC. Setor de higiene e beleza cresce 11% em 2014 , (jun. 2017).
ALDERSON, Priscilla. As crianças como pesquisadoras. Educação e Sociedade. Campinas, v. 26, n. 91, p. 419-42, 2005.
ARANGO, Luz. Cuidado, emoções e condições de trabalho nos serviços estéticos do Brasil. In: Alice Rangel de Paiva Abreu; Helena Hirata; Maria Rosa Lombardi (orgs.). Gênero e trabalho no Brasil e na França. São Paulo: Boitempo, 2016. p. 223-232.
ARROYO, Miguel; SILVA, Maurício Roberto da (orgs.). Corpo-infância: exercícios tensos de ser criança. Por outras pedagogias dos corpos. Petrópolis: Vozes, 2012.
BOUZÓN, Patrícia. Construindo identidades: um estudo etnográfico sobre manipulação da aparência em salões de beleza. Rio de Janeiro, 2010. Tese de doutorado em Antropologia Social, Museu Nacional.
BUTLER, Judith. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do sexo. In: Guacira Lopes Louro, (org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. p. 151-172.
BUTLER, Judith. Cuerpos que importan: sobre los límites materiales y discursivos del “sexo”. Buenos Aires: Paidós, 2002.
BRAH, Avtar. Diferença, diversidade, diferenciação. Cadernos Pagu, n. 26, p. 329-76, 2006.
COHN, Clarice. Antropologia da criança. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
EDMONDS, Alexander. No universo da beleza: notas de campo sobre cirurgia plástica. In: Mirian Goldenberg. Nu e vestido. Rio de Janeiro: Record, 2002.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Bahia: Editora Edufba, 2008.
FERNANDES, Ana Elisa. Avaliação da imagem corporal, hábitos de vida e
alimentares em crianças e adolescentes de escolas públicas. Belo Horizonte, 2007. Dissertação de mestrado em Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais.
FINCO, Daniela; OLIVEIRA, Fabiana de. A sociologia da pequena infância e a diversidade de gênero e de raça nas instituições de educação infantil. In: Ana Lúcia Goulart de Faria; Daniela Finco (orgs.). Sociologia da infância no Brasil. Campinas: Autores Associados, 2011. p. 55-80.
GOMES, Nilma. Corpo e cabelo como ícones de construção da beleza e da identidade negra nos salões étnicos de Belo Horizonte. São Paulo, 2002. Tese de doutorado em Antropologia, Universidade de São Paulo.
hooks, bell. Alisando o nosso cabelo. Revista Gazeta de Cuba – Unión de escritores y Artista de Cuba, 2005 <http://www.geledes.org.br/alisando-o-nosso-cabelo> (21 maio 2005).
KRAMER, Sonia. Autoria e autorização: questões éticas na pesquisa com crianças. Cadernos de Pesquisa, n. 116, p. 41-59, 2002.
LOURO, Guacira Lopes. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.
LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação. 16. ed. Petropólis: Vozes, 2014.
MALYSSE, Stéphane. Extensões do feminino: megahair, baianidade e preconceito capilar. s. d. (15 set. 2015).
NARANJO, Javier. Casa das Estrelas, o universo contato pela criança. São Paulo: Foz, 2013.
NOVAES, Joana; VILHENA, Junia. De cinderela a moura torta: sobre a relação mulheres, beleza e feiura. Interações, v. 8, n. 15, p. 9-36, 2003.
PINTO, Manuel; SARMENTO, Manuel Jacinto. As crianças e a infância: definindo conceitos, delimitando o campo. In: Manuel Sarmento. As crianças, contextos e identidades. Braga: Universidade do Minho. Centro de Estudos da Criança. Ed. Bezerra, 1997.
PIRES, Flávia. Ser adulta e pesquisar crianças. Revista de Antropologia, v. 50, n. 1, p. 225-270, 2007 <10.1590/S0034-77012007000100006>.
PIRES, Flávia; SARAIVA, Marina. Apresentação. Dossiê Ser criança no Brasil hoje: (re)invenções da infância em contexto de mudança social. Latitude, v. 10, n. 2, p. 165-169, 2016.
SARMENTO, Manuel. Imaginário e culturas da infância. Cadernos de Educação, v. 12, n. 21, p. 51-69, 2003.
SARMENTO, Manuel. Visibilidade social e estudo da infância. In: Vera Maria Ramos VAsconcelos; Manuel Sarmento. Infância (in)visível. Araraquara: Junqueira Martins, 2007. p. 25-49.
SANT’ANNA, Denise. As infinitas descobertas do corpo. Cadernos Pagu, v.
, p. 235-249, 2000.
SOUSA. Emilene. Corpo, pessoa e identidade Capuxu através da infância. Florianópolis: Editora UFSC, 2017.
SOUZA, Érica. Marcadores sociais da diferença e infância: relações de poder no contexto escolar. Cadernos Pagu, v. 26, p. 169-199, 2006.
VIGARELLO, Georges. História da beleza. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.
TOREN, Christina. A matéria da imaginação: o que podemos aprender com as ideias das crianças fijianas sobre suas vidas como adultos. Horizontes Antropológicos, v. 16, n. 34, p. 19-48, 2010 <10.1590/S0104-71832010000200002>.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2018 Civitas: Revista de Ciências Sociais
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
El envío de originales para esta revista implica la transferencia, por parte de los autores, de los derechos de publicación impresa y digital. Los derechos de autoría para los artículos publicados son del autor, con derechos de la revista sobre la primera publicación. Los autores solamente podrán utilizar los mismos resultados en otras publicados indicando claramente esta revista como el medio de la publicación original. En virtud de ser una revista de acceso abierto, se permite el uso gratuito de los artículos en aplicaciones educacionales y científicas, desde que se cite la fuente (por favor, vea a Licencia Creative Commons a pie de esta página).