A desigualdade no “topo”: empregadores negros e brancos no mercado de trabalho brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7289.2016.2.22735Palabras clave:
Desigualdade. Rendimento. Empregador. Raça. Sexo.Resumen
Os empregadores, em razão de sua posição no binômio capital-trabalho, ocupariam provavelmente estratos de remuneração mais alta. No entanto, há desníveis de rendimentos, como ocorre entre trabalhadores brancos e negros, em que estes se tornam empregadores preponderantemente em setores menos privilegiados e ocupações com alto índice de informalidade, em pequenos empreendimentos com menor estabilidade. Este artigo a) apresenta um breve perfil de empregadores negros e brancos no Brasil; b) demonstra as desigualdades de inserção na estrutura do mercado de trabalho e c) mensura os diferenciais médios de renda a fim de determinar o peso de fatores produtivos e da discriminação racial sobre a renda média dos empregadores estratificados por raça e sexo. Com base na análise quantitativa, empregando o método de decomposição de Oaxaca-Blinder, sustenta-se que existe uma diferença significativa de rendimentos entre estratos orientados por raça e sexo de empregadores que não pode ser creditada unicamente a fatores associados, como nível de escolaridade, experiência ou diferentes inserções ocupacionais, mas provém de um resíduo não explicado que é atribuído à discriminação de raça ou sexo.
Descargas
Citas
ATKINSON, A. Income and inequality in OECD countries: data and explanation. CESIfo Economic Studies, v. 49, n. 4, p. 479-513, 2003 <10.1093/cesifo/49.4.479>.
BECKER, Gary Stanley. Investment in human capital: a theoretical analysis. Journal of Political Economy, v. 70, n. 5, parte 2, p. 9-49, 1962.
BLINDER, Alan Stuart. Wage discrimination: reduced form and structural estimates. The Journal of Human Resources, v. 8, n. 4 p. 436-455, 1973 <10.2307/144855>.
CACCIAMALI, Maria Cristina; TATEI, Fábio. Género y salarios de la fuerza de trabajo calificada en Brasil y México. Problemas del Desarrollo, v. 44, n. 172, p. 53-79, 2013.
CARVALHO, A. P.; NÉRI, M. C.; SILVA, D. B. Diferenciais de salários por raça e gênero: aplicação dos procedimentos de Oaxaca e Heckman em pesquisas amostrais complexas. Caxambu, 2006. 15. Encontro de Estudos Populacionais (Abep)
www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_695.pdf>.
CARD, David; DINARDO, John E. Skill-biased technological change and rising wage inequality: some problems and puzzles. Journal of Labor Economics, v. 20, n. 4, p. 733-783, 2002 <10.1086/342055>.
DAHRENDORF, R. Class and class conflict in industrial society. In: David Grusky (org.). Social stratification: race, class and gender in sociological perspective. 4. ed. Colorado: Westview Press, 2014. p. 143-149.
DIPRETE, Thomas A. What has sociology to contribute to the study of inequality trends? A historical and comparative perspective. American Behavioral Scientist, v. 50, n. 5, p. 603–618, 2007 <10.1177/0002764206295009>.
ERIKSON, Robert; GOLDTHORPE, John H. The constant flux: a study of class mobility in industrial societies. Oxford: Claredon Press, 1992.
ERIKSON, Robert, GOLDTHORPE, John H. Intergenerational inequality: a
sociological perspective. Journal of Economic Perspectives, v. 16, n. 3, p. 31-44, 2002 <10.1257/089533002760278695>.
GRUSKY, Dadid. The past, present, and future of social inequality. In: David Grusky (org.). Social stratification: class, race and gender in sociological perspective. Boulder: Westview, 2001. p. 3-51.
GUIMARÃES, Nadya Araújo. Os desafios da equidade: reestruturação e desigualdades de gênero e raça no Brasil. Cadernos Pagu, n. 17-18, p. 237-266, 2002 <10.1590/S0104-83332002000100009>.
JANN, Ben. The Blinder-Oaxaca decomposition for linear regression models. The Stata Journal, v. 8, n. 4, p. 453-479, 2008.
HASENBALG, C. Discriminação e desigualdades raciais no Brasil. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
HASENBALG, C.; SILVA, N. V. Estrutura social, mobilidade e raça. Rio de Janeiro: Vértice, 1988.
HASENBALG, C.; SILVA, N. V.; LIMA, M. Cor e estratificação social no Brasil. Rio de Janeiro: ContraCapa, 1999.
HASENBALG, C.; SILVA, N. V. (orgs.). Origens e destinos: desigualdade sociais ao longo da vida. Rio de Janeiro: Topbooks, 2003.
LIMA, M. Serviço de branco, serviço de preto: um estudo sobre cor e trabalho no Brasil urbano. Iuperj: Rio de Janeiro, 2001. Tese de doutorado em Sociologia.
LIMA, Márcia. “Raça” e pobreza em contextos metropolitanos. Tempo Social, v. 24, n. 2, 2012 <10.1590/S0103-20702012000200012>.
MEDEIROS, M. O que faz os ricos ricos? Um estudo sobre os fatores que determinam a riqueza. Universidade de Brasília. Brasília, 2003. Tese de Doutorado em Sociologia.
MINCER, J. Schooling, experience, and earnings. New York: NBER, 1974.
MYLES, John. Where have all the sociologists gone? Explaining income inequality. The Canadian Journal of Sociology, v. 28, n. 4, p. 551-559, 2003 <10.2307/3341842>.
OAXACA, Ronald. Male-female wage differentials in urban labor markets.
International Economic Review, v. 14, n. 3, p. 693-709, 1973 <10.2307/2525981>.
OSÓRIO, R. G. A mobilidade social dos negros brasileiros. Ipea: Texto para discussão 1033, 2004.
OSÓRIO, R. G. A desigualdade racial de renda no Brasil: 1976-2006. Brasília: Universidade de Brasília, 2009. Tese de doutorado em Sociologia.
PIKETTY, Thomas, SAEZ, Emmanuel. Income inequality in the United States 1913-1998. Quarterly Journal of Economics, v. 118, n. 1 p. 1-41, 2003 <10.1162/00335530360535135>.
RIBEIRO, C. A. C. Desigualdade de oportunidades no Brasil. Belo Horizonte: Argvmentvm, 2009.
ROCHA, E. F. O negro no mundo dos ricos: um estudo sobre a disparidade racial de riqueza no Brasil com os dados do censo demográfico de 2010. Universidade de Brasília: Brasília, 2015. Tese de doutorado em Sociologia.
SANTOS, José Alcides Figueiredo. Efeitos de classe na desigualdade racial no Brasil. Dados, v. 48, n. 1, p. 21-65, 2005 <10.1590/S0011-52582005000100003>.
SANTOS, José Alcides Figueiredo. Classe social e desigualdade de gênero no Brasil. Dados, v. 51 n. 2, p. 353-402, 2008 <10.1590/S0011-52582008000200005>.
SANTOS, José Alcides Figueiredo. A interação estrutural entre a desigualdade de raça e de gênero no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 24, n. 70, p. 37-60, 2009 <10.1590/S0102-69092009000200003>.
SCALON, Celi. Ensaios de estratificação. Belo Horizonte: Argumentum, 2009.
SOARES, S. S. D. O perfil da discriminação no mercado de trabalho: homens negros, mulheres brancas e mulheres negras. Ipea, Texto para discussão n. 769, 2000.
SØRENSEN, Aage B. Toward a sounder basis for class analysis. American Journal of Sociology, v. 105, n. 6, p. 1523-1558, 2000 <10.1086/210463>.
THERBORN, G. Sexo e poder: a família no mundo, 1900-2000. São Paulo: Editora Contexto, 2006.
TILLY, Charles. Durable inequality. Berkeley: University of California Press, 1999.
WRIGHT, Erik Olin; PERRONE, Luca. Marxist class categories and income inequality. American Sociological Review, v. 42, n. 1, p. 32-55, 1977 <10.2307/2117730>.
WRIGHT, E. O. Class structure and income determination. New York: Academic Press, 1979.
WRIGHT, E. O. Intersections and interactions: thinking about the relationship between class and other forms of inequality. Lecture 7, Sociology 298, 2002 <https://www.ssc.wisc.edu/~wright/SOC621/298lec7.pdf> (18 mar. 2015).
WRIGHT, E. O. Approaches to class analysis. New York: Cambridge University Press, 2005 <10.1017/CBO9780511488900>.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2016 Civitas - Revista de Ciências Sociais
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
El envío de originales para esta revista implica la transferencia, por parte de los autores, de los derechos de publicación impresa y digital. Los derechos de autoría para los artículos publicados son del autor, con derechos de la revista sobre la primera publicación. Los autores solamente podrán utilizar los mismos resultados en otras publicados indicando claramente esta revista como el medio de la publicación original. En virtud de ser una revista de acceso abierto, se permite el uso gratuito de los artículos en aplicaciones educacionales y científicas, desde que se cite la fuente (por favor, vea a Licencia Creative Commons a pie de esta página).