As parteiras, o partejar e a noção de pessoa em Ribeira da Barca, Cabo Verde

Autores/as

  • Carmem Helena Carvalho Cruz Universidade de Cabo Verde
  • Miriam Steffen Vieira Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7289.2015.2.17394

Palabras clave:

Parto. Parteiras. Partejar. Noção de pessoa.

Resumen

Este estudo sobre as parteiras, o partejar e a noção de pessoa em Ribeira da Barca visa analisar como as técnicas utilizadas no parto se relacionam com a constituição da pessoa. Essa reflexão passa necessariamente por uma discussão da noção de pessoa como indivíduo total, onde não existe uma fronteira visível entre a natureza e a cultura. Essa forma como se constrói a noção de pessoa é verificável na maneira como se molda o corpo na gravidez, no parto e no pós-parto. Neste estudo é usado o método etnográfico de pesquisa pela ênfase conferida às práticas sociais. Nessa ótica, é analisada como se dá forma ao corpo, partindo do princípio que este é passível de ser moldado, dinâmico e com fluxos vitais, integrado nos ciclos da vida e do ambiente (onde não existe uma fronteira visível entre natureza e cultura). É importante concluir que em Ribeira da Barca a pessoa é relacional, que se dá através da relação com os outros e consigo mesma.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

DAMATTA, Roberto. Relativizando: uma introdução à antropologia social. Petrópolis: Editora Vozes, 1981.

FAVRET-SAADA, de Jeanne. Ser afetado. Cadernos de Campo, v. 13, p. 155-161, 2005.

FLEISCHER, Soraya R. Parteiras, buchudas e aperreios na etnografia do atendimento obstétrico não oficial na cidade de a Pará. Porto Alegre, 2007. Tese de doutorado em Antropologia, Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Editora LTC, 1989.

GOLDMAN, Márcio. Uma categoria do pensamento antropológico: a noção de pessoa. Revista de Antropologia, v. 39, n. 1, p. 83-109, 1996.

INGOLD, Tim. Human worlds are culturally constructed: against the motion (I). In: Tim Ingold (Org.). Key debates in anthropology. London:

Routledge, 1996. p. 81-119.

INGOLD, Tim. Da transmissão de representações à educação da atenção. Educação, v. 33, n. 1, p. 6-25, 2010.

INGOLD, Tim. Trazendo as coisas de volta à vida: emaranhados criativos num mundo de materiais. Horizontes Antropológicos, v. 18, n. 37, p. 25-44, 2012.

LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1994.

LÉVI-STRAUSS, Claude. As estruturas elementares do parentesco. Petrópolis: Vozes, 1976.

MALINOWSKI, Bronislaw. Os argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo: Ed. Abril, 1978.

MEAD, Margaret. Sexo e temperamento. São Paulo: Perespectiva, 1988.

MAUSS, Marcel. Uma categoria do espírito humano: a noção de Pessoa, a noção do “Eu”. In: Marcel Mauss. Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003a.

MAUSS, Marcel. As técnicas do corpo. In: Marcel Mauss. Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003b.

SILVA, Regina Coeli Machado. A teoria da pessoa de Tim Ingold: mudança ou continuidade nas representações ocidentais e nos conceitos antropológicos? Horizontes Antropológicos, v. 17, n. 35, p. 357-389, 2011 .

SOUSA, Noélia Alves de. Sábias mulheres: uma investigação de gênero sobre parteitas no sertão do Ceará (1960-2000). Rio de Janeiro, 2007. Tese de doutorado em História Social, Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

TEIXEIRA, Maria Verônica. Resgatando saberes: a cultura da parteira tradicional como estratégia de promoção da saúde. Salvador, 2011. Trabalho de conclusão de curso, Graduação em Psicologia, Centro Universitário Jorge Amado.

Publicado

2015-09-08

Cómo citar

Cruz, C. H. C., & Vieira, M. S. (2015). As parteiras, o partejar e a noção de pessoa em Ribeira da Barca, Cabo Verde. Civitas: Revista De Ciências Sociais, 15(2), e40-e58. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2015.2.17394