Entre ausências e presenças

instituições, famílias e comunidades no contexto da desinstitucionalização

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7289.2024.1.45897

Palavras-chave:

Desinstitucionalização, Redes de apoio social, Etnografia.

Resumo

O acolhimento institucional é uma medida protetiva para crianças e adolescentes, sendo o desligamento considerado um processo complexo que, sem o acompanhamento adequado, resulta em diferentes adversidades. Este estudo analisa a interação com redes de apoio social na trajetória de jovens, explorando seus múltiplos arranjos de convivência. Foram selecionados registros etnográficos realizados na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, entre os anos 2019 e 2023 com jovens que residiram em espaços institucionais e profissionais com atuação associada à desinstitucionalização aos 18 anos. Como resultados, as redes de apoio social se destacam como importantes vias de resistência, além de influência positiva no bem-estar dos jovens. Enfatizam-se, sobretudo, as reivindicações pelo incentivo à reaproximação familiar, à implementação de acompanhamento pós-desligamento, além do desenvolvimento de políticas e programas personalizados e não excludentes, que promovam a convivência familiar e comunitária.

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Biografia do Autor

Suliane da Silva Cardoso, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), Porto Alegre, RS, Brasil.

Doutora em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), em Porto Alegre, RS, Brasil; pós-doutoranda da Anthera: rede internacional de pesquisa sobre família e parentesco.
Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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Publicado

2024-11-28

Como Citar

Cardoso, S. da S. (2024). Entre ausências e presenças: instituições, famílias e comunidades no contexto da desinstitucionalização. Civitas: Revista De Ciências Sociais, 24(1), e45897. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2024.1.45897

Edição

Seção

Arranjos Contemporâneos de Convivência