O feminismo negro contra a injustiça epistêmica

um estudo das abordagens de Sueli Carneiro e Patricia Hill Collins

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7289.2024.1.44575

Palavras-chave:

Pensamento feminista negro, Justiça epistêmica, Interseccionalidade, Epistemicídio, Justiça social

Resumo

O artigo discute as contribuições do feminismo negro para a crítica da injustiça epistêmica – aqui entendida como uma das faces da injustiça social global. Particularmente, são analisadas as abordagens da filósofa brasileira Sueli Carneiro e da socióloga estadunidense Patricia Hill Collins. Cada qual em seu contexto pós-colonial, as duas autoras (a) teorizam a respeito dos mecanismos de opressão/sujeição das mulheres negras e suas lutas por emancipação; (b) formulam sua crítica tendo em vista as matrizes teóricas e epistemológicas do conhecimento hegemônico; (c) apresentam horizontes alternativos existentes, que emergem a partir do feminismo negro. O artigo conclui positivamente quanto ao vigor e a importância da crítica social formulada por ambas e argumenta quanto à relevância de enquadrar o debate sob os termos das reivindicações por justiça social.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Enrico Bueno, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), Anápolis, GO, Brasil.

Doutor em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em Campinas, SP, Brasil; mestre em Sociologia pela mesma instituição. Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), em Anápolis, GO, Brasil.

Referências

Almeida, Silvio. 2019. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen.

Amin, Samir. 1989. El eurocentrismo. México-D.F.: Siglo 21 Editores.

Carneiro, Sueli. 2003. Mulheres em movimento. Estudos Avançados 17 (49): 117-132. https://doi.org/10.1590/S0103-40142003000300008. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-40142003000300008

Carneiro, Sueli, 2005. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. Tese em Educação, Universidade de São Paulo.

Carneiro, Sueli. 2011. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro.

Collins, Patricia Hill. 2015. Em direção a uma nova visão. In Reflexões e práticas de transformação feminista, organizado por Renata Moreno, 13-42. São Paulo: Sempreviva.

Collins, Patricia Hill. 2016. Aprendendo com a “outsider within”. Revista Sociedade e Estado 32 (1): 99-127. https://doi.org/10.1590/S0102-69922016000100006. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-69922016000100006

Collins, Patricia Hill. 2017. Se perdeu na tradução? Parágrafo 5 (1): 6-17.

Collins, Patricia Hill. 2019. Pensamento feminista negro. São Paulo: Boitempo.

Collins, Patricia Hill. 2022. Bem mais que ideias. São Paulo: Boitempo.

Connell, Raewyn. 2012. A iminente revolução na Teoria Social. Revista Brasileira de Ciências Sociais 27 (80): 9-20. https://doi.org/10.1590/S0102-69092012000300001. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-69092012000300001

Crenshaw, Kimberle. 1991. Mapping the Margins. Stanford Law Review 43(6):1241–79. https://doi.org/10.2307/1229039. DOI: https://doi.org/10.2307/1229039

Descartes, René. 2004. Meditações sobre filosofia primeira. Campinas: Editora Unicamp.

Dussel, Enrique. 1993. 1492, o encobrimento do outro. Petrópolis: Vozes.

Foucault, Michael. 2014. Vigiar e punir. Petrópolis: Vozes.

Foucault, Michael, 2020. História da sexualidade (vol.1). São Paulo: Paz e Terra.

Gonzalez, Lélia. 2020. Por um feminismo afro-latino-americano. Rio de Janeiro: Zahar.

Horkheimer, Max. 1980. Teoria Tradicional e Teoria Crítica. In Walter Benjamin, Max Horheimer, Theodor Adorno, Jürgen Habermas. Textos escolhidos, organizado por Zeljko Loparic e Otília B. Fiori, 117-60. São Paulo: Abril Cultural.

Lima, Nísia Trindade, e Gilberto Hochman. 1996. Condenado pela raça, absolvido pela medicina. In Raça, ciência e sociedade, organizado por Marcos C. Maio, e Ricardo V. Santos, 23-40. Rio de Janeiro: Fiocruz/CCBB.

Quijano, Aníbal. 2005. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América latina. In Pensamento crítico e movimentos sociais, organizado por Roberto Leher e Mariana Setúbal, 35-95. São Paulo: Cortez.

Roitberg, Guilherme Prado, e Melline Ortega Faggion. 2021. A ciência do melhoramento racial. Reveduc 15: 1-15. https://doi.org/10.14244/198271995348. DOI: https://doi.org/10.14244/198271995348

Santos, Boaventura de Sousa. 2010. A Gramática do tempo. São Paulo: Cortez.

Downloads

Publicado

2024-03-05

Como Citar

Bueno, E. (2024). O feminismo negro contra a injustiça epistêmica: um estudo das abordagens de Sueli Carneiro e Patricia Hill Collins. Civitas: Revista De Ciências Sociais, 24(1), e44575. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2024.1.44575

Edição

Seção

Caminhos da crítica: identidades, feminismos e projeto emancipatório