Reclusão territorial de crianças e adolescentes no Reassentamento Urbano Coletivo Jatobá em Altamira Pará
privação da liberdade face a hidrelétrica Belo Monte
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7289.2023.1.42095Palavras-chave:
Violência, Crianças e Adolescentes, Altamira, reclusão territorial, Usina Hidrelétrica Belo MonteResumo
O artigo apresenta uma discussão sobre a reclusão territorial urbana de crianças e adolescentes residentes no Reassentamento Urbano Coletivo (RUC) Jatobá, cidade de Altamira-PA, como consequência da desterritorialização causada pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte, tendo como escopo a violência e o medo como processos que interferem na relação social do sujeito, interferindo diretamente na construção de laços imateriais e materiais no novo espaço. Assim, objetiva-se problematizar a reclusão territorial vivenciada pelas crianças e adolescentes do RUC Jatobá e discutir a reverberação disso em suas condições de vida. O artigo é oriundo da pesquisa da dissertação de mestrado “Desterritorialização das crianças e dos adolescentes face a UHE Belo Monte: um estudo das territorialidades no RUC Jatobá em Altamira-PA”, realizada com o apoio do Laboratório de Estudo das Dinâmicas Territoriais na Amazônia (Ledtam). Metodologicamente, foram realizadas a aplicação quali-quantitativa de 82 formulários no RUC, sendo 41 entrevistas com crianças de 8 a 12 anos e adolescentes de 13 a 18 anos e 41 entrevistas com seus responsáveis legais, Conselho Tutelar e Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB).
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