Da areia ao gado: meninos empreendedores rurais no Haiti
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7289.2018.2.29601Palavras-chave:
Crianças. Haiti. Atividades produtivas. Pedreiras. Antropologia econômica.Resumo
O artigo descreve o trabalho de meninos (de 7 a 13 anos) em uma pedreira na região da Grand’Anse (Haiti). Os meninos, oriundos de famílias bastante pobres, engajam-se nessa atividade por iniciativa própria e a realizam praticamente sem supervisão de adultos. Eles poupam a maior parte do dinheiro, realizando o que chamei de “ciclo de capitalização” que, ao cabo de 8 a 10 anos, lhes permitirá, através da compra, criação e revenda de animais (galinhas, cabras, um boi), aceder a um lote de terra. Assim, aos olhos dos camponeses locais, poderão mostrar-se como capazes de entrar na vida adulta.
Downloads
Referências
AVERILL, Gage. A day for the hunter, a day for the prey. Popular music and power in Haiti. Chicago: The University of Chicago Press, 1997.
AUDEBERT, Cédric. La diaspora haïtienne. Territoires migratoires et réseaux transnationaux. Rennes: Presses Universitaires de Rennes, 2012.
BARTHÉLÉMY, Gérard. Le pays en dehors. Essai sur l’univers rural haïtien. Montréal/Port-au-Prince: Éditions Henri Deschamps/Cidhica, 1989.
COMERFORD, John Cunha. Como uma família. Sociabilidade, territórios de
parentesco e sindicalismo rural. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2003.
BASTIEN, Rémy. Le paysan haïtien et sa famille. Paris: A.C.C.T./Karthala, 1985 [1951].
BULAMAH, Rodrigo Charafeddine. O cultivo dos comuns: parentesco e práticas sociais em Milot, Haiti. Dissertação de mestrado em Antropologia Social, Universidade Estadual de Campinas, 2013.
DALMASO, Flávia Freire. Kijan moun yo ye? As pessoas, as casas e as dinâmicas da familiaridade em Jacmel/Haiti. Tese de doutorado em Antropologia Social, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2014. D’ANS, André-Marcel. Haïti. Paysage et société. Paris: Karthala, 1987.
ELSTER, Jon. Le laboureur et ses enfants. Deux essais sur les limites de la rationalité. Paris: Les Éditions de Minuit, 1986.
FAYE, Bernard; DUTEURTRE, Guillaume. Synthèse et conclusion. L’élevage, richesse des pauvres ou privilège des riches. In: Guillaume Duteurtre; Bernard Faye (orgs.). L’élevage, richesse des pauvres. Versailles: Éditions Quae, 2009. p. 267-281.
FIOD, Ana. Lougawou: feitiço, famílias e crianças em Siwvle, Haiti. Dissertação de mestrado em Antropologia Social, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2015.
GIOIA, Ted. Work songs. Durham: Duke University Press, 2006.
GREEN, Archie. Songs about work. Essays in occupational culture for Richard A. Reuss. Bloomington: Indiana University Press, 1993.
HANDERSON, Joseph. Diáspora. Sentidos sociais e mobilidades haitianas. Horizontes Antropológicos, v. 21, p. 51-78, 2015 <10.1590/S0104-71832015000100003>.
HERÉDIA, Beatriz Maria Alásia de. A morada da vida: trabalho familiar de pequenos produtores do nordeste do Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
HERSKOVITS, Melville. Life in a Haitian Valley. Princeton: Markus Wiener
Publishers, 2012 [1937].
HOFFMAN, Diane. Some hypotheses on kinship, labor, and personhood in the Haitian context. Journal of Haitian Studies, v. 18, n. 1, p. 102-119, 2012.
KRAMER, Karen L. Maya children. Helpers at the farm. Cambridge: Harvard University Press, 2005.
LUNDAHL, Mats. Poverty in Haiti. Essays on underdevelopment and post disaster prospects. Nova York: Palgrave Macmillan, 2011.
MCALISTER, Elizabeth. Rara! Vodou, power and performance in Haiti and its diaspora. Berkeley: University of California Press, 2002.
MCINTOSH, Robert. Boys in the pits: child labour in coal mines. Montreal: McGill Queen’s University Press, 2000.
MEDAETS, Chantal. Crianças na economia familiar do Baixo Tapajós (Pará): ajudar, aprender, “se acostumar”. Civitas: Revista de Ciências Sociais, v. 18, n. 2 [neste vol.].
MÉTRAUX, Alfred. L’habitation paysanne en Haïti. Tiré à part du Bulletin de la Société Neuchâteloise de Géographie, t. 55, fasc. 1, 1949-1951, 14p.
MÉTRAUX, Alfred. Haïti. La terre, les hommes et les Dieux. Neuchâtel: Éditions de la Baconnière, 1957.
MÉZIÉ, Nadège. Scènes conflictuelles et narratives en milieu évangélique. Une ethnographie pragmatique des lieux, des corps et de la parole dans les mornes haïtiens, Tese de doutorado em Antropologia, Université Paris Descartes, 2011.
MÉZIÉ, Nadège. Fabrication d’une bonne épouse chrétienne: étude de cas dans les mornes haïtiens. In: Laurence Pourchez; Isabelle Hidair (orgs.). Regards interdisciplinaires sur les rites de passage et les constructions identitaires créoles. Paris: Éditions des Archives Contemporaines, 2013. p. 119-142.
MINTZ, Sidney. Pratik: Haitian personal economic relationships. Open Anthropology Cooperative Press, p. 1-15, 2011.
MORAL, Paul. Le paysan haïtien. Port-au-Prince: Les Éditions Fardin, 1978 [1961].
POLAK, Barbara. Peasants in the making: bamana children at work. In: Michael Bourdillon; Gerd Spittler (orgs.). African children at work: working and learning in growing up. Berlin: LitVerlag, 2012. p. 87-112.
SCHWARTZ, Timothy T. Fewer men, more babies: sex, family and fertility in Haiti. Lanham, MD: Lexington Books, 2008.
SMITH, Jennie Marcelle. When the hands are many. Community organization and social change in rural Haiti. Ithaca: Cornell University Press, 2001.
SYLVAIN, Jeanne. L’enfance paysanne em Haïti. Présence Africaine, v. 3, n. 12, p. 88-111, 1951.
Referência musical:
“Alan Lomax in Haiti”, 10 CD’s, Harte Recordings, compilação e apresentação por Gage Averill, 2009.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2018 Civitas - Revista de Ciências Sociais
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais e científicas, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).