Ser negro na Parahyba do Norte: cores, condições, qualidades e universo letrado no século XIX

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-864X.2018.3.29337

Palavras-chave:

história da educação, população negra, Paraíba, Brasil Império.

Resumo

Discute-se a polissemia de classificações possíveis para a população negra da Província da Parahyba do Norte. A partir da pesquisa em fontes primárias como imprensa e documentos da administração provincial, e com o aporte teórico da história social, história da educação e história da escravidão são expostos termos ligados a cores, qualidades e condições, a fim de discutir as diferentes possibilidades de ser negro no século XIX. Com isso, discutem-se os limites entre escravidão e liberdade, e como a possibilidade de fluidez entre ser escravo e ser livre afetaria a identificação dos sujeitos. Conclui-se que a imprecisão que cercava sujeitos negros atingia a relação dessa camada da população com a instrução, e que o contato com o universo letrado interferia nas classificações dos indivíduos.

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Biografia do Autor

Surya Aaronovich Pombo de Barros, Universidade Federal da Paraíba

Doutora em História da Educação e Historiografia/FE-USP Professora do Centro de Educação/UFPB

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Publicado

2018-12-21

Como Citar

de Barros, S. A. P. (2018). Ser negro na Parahyba do Norte: cores, condições, qualidades e universo letrado no século XIX. Estudos Ibero-Americanos, 44(3), 484–500. https://doi.org/10.15448/1980-864X.2018.3.29337

Edição

Seção

Dossiê: Cores, classificações e categorias sociais: os africanos nos impérios ibéricos, séculos XVI a XIX