A imprensa e a construção da memória do regime militar brasileiro (1965-1985)

Autores

  • Marcos Napolitano Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-864X.2017.2.24766

Palavras-chave:

Regime militar, Brasil, memória social, História e Imprensa

Resumo

Neste artigo, pretendo analisar os editoriais de quatro jornais da grande imprensa (O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, Jornal do Brasil e O Globo) nos aniversários anuais do golpe de Estado de 1964, mapeando as vicissitudes da representação sobre este evento e sobre o regime ditatorial que se seguiu. Nesta perspectiva, pretendo analisar as guinadas e revisões da memória liberal sobre o regime militar, partindo da hipótese que foi esta linhagem ideológica que definiu as bases de uma memória hegemônica sobre o período histórico, calcada na “resistência democrática”.

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Biografia do Autor

Marcos Napolitano, Universidade de São Paulo

Professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo, Doutor em História Social pela USP

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Publicado

2017-06-05

Como Citar

Napolitano, M. (2017). A imprensa e a construção da memória do regime militar brasileiro (1965-1985). Estudos Ibero-Americanos, 43(2), 346–366. https://doi.org/10.15448/1980-864X.2017.2.24766

Edição

Seção

Dossiê: História, cotidiano e memória social: a vida comum sob as ditaduras no século XX