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Submissão aberta para Letras de Hoje

2023-12-19

DOSSIÊ: Imaginações do Antropoceno na Literatura

O que pensaria uma mentalidade ecológica? Que tipos de literaturas têm pensado um pensamento ecológico (Morton, 2023)? Como podem textos literários fertilizar os pensamentos ecológicos face ao pessimismo climático e antropocênico? Quais literaturas podem imaginar mundos possíveis (Graúna, 2013)? Partindo da ideia de eco ou oikos, a casa, o lugar onde habitamos, a eco-logia dominante (patriarcal, ocidental, heteronormativa) tem, desde a invasão de Abya Yala, gerado paisagens, sociabilidades e imaginários dominados pela catástrofe. Quais literaturas têm pensado e repensado essa fratura colonial (Ferdinand, 2021), humana e não-humana? Quais literaturas têm imaginado-criado mundos (Pratt 2022)? Quais literaturas têm contado histórias ou proposto tramas ecológicas e/ou string figures (Donna Haraway) que desafiam o Capitaloceno (2015) e se contrapõem ao Necroceno (Clark 2019)? Em seu livro, O mundo desdobrável: ensaios para depois do fim (2021), Carola Saavedra, lança os seguintes questionamentos: "O que pode a literatura? Que horizontes ela é capaz de alcançar? Ou, mais especificamente, o que pode a literatura em um mundo em colapso, assombrado pelo aquecimento global, por pandemias, ascensão da extrema direita, aumento da miséria, entre outras tragédias?" Diante dessa formulação, esse dossiê busca artigos, ensaios e entrevistas que discutam e tensionem o conceito de Antropoceno e conceitos adjacentes (Capitaloceno, Necroceno, Plantatioceno, Plasticoceno, Chthuluceno entre outros) na literatura, atravessado pelas perspectivas contracoloniais e decoloniais, de gênero, da ecocrítica, dos pensamentos indígenas, dos futurismos indígenas (Dillon, 2012) e do afrofuturismo (Dery, 1994). Que literaturas a partir dessas tensões, têm buscado destacar imaginações e linguagens que seriam representativas dessas discussões? Que pensem uma projeção de futuros utópicos ou distópicos permeados pela contracolonização (Bispo, 2023) ou pela ancestralidade que são, essencialmente, modos antiantropocênicos de fazer mundos e criar sociabilidades. Além do apelo à ruína, o que mais pode emergir em/de paisagens devastadas?

 

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