Sobre um Cânone Filosófico Tupiniquim
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-6746.2024.1.44954Palavras-chave:
Filosofia Brasileira, Cânone, SNPG, Produção FilosóficaResumo
Após a onda de desconstrução do pensamento que marcou a última década da filosofia entre nós, talvez tenha chegado o tempo do refluxo do pensamento, a saber, o tempo de debater a existência de um cânone filosófico brasileiro, justamente quando a legitimidade da ciência e, sobretudo da filosofia, é posta em questão. O ponto pede atenção: desde o século XVI, há ensino de filosofia nestas terras, então, quais seriam as razões para afirmar ou negar a existência de uma filosofia brasileira? Para responder à questão, na primeira parte deste artigo, situamos uma ideia de cânone filosófico à luz da produção acadêmica nacional; na segunda, analisamos a possibilidade de um conceito restrito e um amplo de cânone passando da literatura à filosofia; na terceira, comparamos cinco pares antitéticos de definições filosóficas de autores brasileiros e, finalmente, analisamos como a produção filosófica dentro do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG) tem viabilizado ou não o debate acerca da legitimidade da filosofia brasileira.
Downloads
Referências
BRASIL. MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÕES. Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. Disponível em: https://bdtd.ibict.br/vufind/ Acesso em: 24 maio 2023.
CABRERA, Julio. Filosofar acadêmico e pensamento insurgente (dis-pensando a filosofia a partir de Oswald de Andrade e Raul Seixas). Revista Ideação, nº. 35, jan./jun. 2017. Disponível em <http://periodicos.uefs.br/index.php/revistaideacao/article/view/1873> Acesso em 23.1.2023. DOI: https://doi.org/10.13102/ideac.v1i35.1873
CABRERA, Julio. Comment peut-on être un philosophe français au Brésil? Cahiers critique de philosophie, 2016/2, nº. 16, p. 59-85. Disponível em: <https://www.cairn.info/revue-cahiers-critique-de-philosophie-2016-2-page-59.htm> Acesso em: 23 jan. 2023. DOI: https://doi.org/10.3917/ccp.016.0059
CABRERA, Julio. Europeu não significa universal, brasileiro não significa nacional (Acerca da expressão “filosofar-desde”). Revista Nabuco, ano 1, 2014/2015, p. 14-47. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/handle/10482/18028> Acesso em: 23 jan. 2023.
CÂNDIDO, Antonio. Vários escritos. 5ª ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2011.
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO DO PENSAMENTO BRASILEIRO (org.) Dicionário biobibliográfico de autores brasileiros: filosofia, pensamento político, sociologia, antropologia. Salvador: CBPD; Brasília: Senado Federal, 1999.
CICERO, Antonio. A filosofia e a língua alemã. Folha de S. Paulo Ilustrada. São Paulo, 5 de maio de 2007. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0505200726.htm> Acesso em: 8 jan. 2023.
CICERO, Antonio. Finalidades sem fim: ensaios sobre poesia e arte. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
COLLINS, Randal. The Sociology of Philosophies: A Global Theory of Intellectual Change. Cambridge: Havard University Press, 1998.
CRUZ COSTA, João. Contribuição à história das ideias no Brasil. (O desenvolvimento da filosofia no Brasil e a evolução história nacional). Rio de Janeiro: José Olympio, 1956.
DOMINGUES, Ivan. Filosofia no Brasil: legados e perspectivas – ensaios metafilosóficos. São Paulo: Unesp, 2017.
DOMINGUES, Ivan. O continente e a ilha: duas vias da filosofia contemporânea. São Paulo: Loyola, 2009.
FRANCA, Leonel. O método pedagógico dos Jesuítas – o “Ratio Studiorum”: introdução e tradução. Rio de Janeiro: Agir, 1952.
FUKS, Rebeca. Relembre os 10 filósofos mais importantes da história. Disponível em: https://www.ebiografia.com/filosofos_mais_importantes/ Acesso em: 24 maio 2023.
GOMES, Roberto. Crítica da razão tupiniquim. 12ª ed. Curitiba: Criar, 2001.
HEIDEGGER, Martin. Que é isto – a filosofia? Conferências e escritos filosóficos. São Paulo: Nova Cultural, 1999.
JAIME, Jorge. História da filosofia no Brasil, vols. 1 e 2. Petrópolis: Vozes; São Paulo: Faculdades Salesianas, 1997.
KOTHE, Flávio R. O cânone colonial. Cotia: Cajuína 2020.
LALANDE, André. Vocabulaire technique et critique de la philosophie, vol. 1 A-M. 4e éd. Paris: Quadrige/PUF, 1997.
LEÃO, Ricardo. Os atenienses e a invenção do cânone nacional. 2ª ed. São Luís: Instituto Geia, 2013.
MAIORES E MELHORES. Os 11 mais famosos filósofos da história. Disponível em: https://www.maioresemelhores.com/filosofos-que-marcaram-o-mundo/ Acesso em: 24 maio 2023.
MARQUES, Lúcio Álvaro. Formas da filosofia brasileira. Porto Alegre: Fi, 2023.
MENEZES Pedro. Os maiores filósofos da história. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/filosofos-mais-importantes/ Acesso em: 24 maio 2023.
MONTEIRO DA COSTA, M. Cánone. Logos. Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia, vol. 1. Lisboa/São Paulo: Verbo, 1989.
NIETZSCHE, Friedrich. Über Wahrheit und Lüge im außermoralischen Sinne. Disponível em: https://www.geisteswissenschaften.fu-berlin.de/v/interart/media/dokumente/laboratory-reader/Wilson_Text_Nietzsche_dt.pdf Acesso em: 29 maio 2023.
NUNES, Benedito. Ensaios filosóficos. Org. V. S. Pinheiro. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.
PAIM, Antonio. História das idéias filosóficas no Brasil, Os problemas com que se defrontou a filosofia brasileira. 6ª ed. Londrina: Humanidades, 2007.
PLATÃO. Teeteto. Tutti gli scritti. 3ª ed. A cura di G. Reale. Milano: Bompiani, 2001.
REALE, Miguel. Introdução à filosofia. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
ROMERO, Sílvio. A philosophia no Brasil. Porto Alegre: Deutsche Zeitung, 1878.
ROSA, Noel de Medeiros. João Ninguém (letra de 1935). Noel Rosa pela primeira vez, vol. 9. Rio de Janeiro: Gravadora Galeão, 2002.
SACRAMENTO BLAKE; VICTORINO ALVES Augusto. Dicionário Bibliographico Brazileiro, vol. 1. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1883.
SCHWARZ, Roberto. Seja como for: entrevistas, retratos e documentos. São Paulo: Duas Cidades, 2019.
TODISCO Orlando. Ética e economia (p. 261-332). MERINO, José A.; FRESNEDA, Francisco M. (org.) Manual de filosofia franciscana. Petrópolis: Vozes, 2006.
VAZ, Henrique Cláudio de Lima. O problema da filosofia no Brasil. Síntese, nº 30, p. 11-25, 1984.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Veritas (Porto Alegre)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Revista Veritas implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Revista Veritas como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada. Copyright: © 2006-2020 EDIPUCRS