Dependência e dinamismo no pluralismo ontológico fenomenológico-hermenêutico
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-6746.2022.1.43028Palavras-chave:
pluralismo ontológico, Heidegger, vida, existência, dependência ontológicaResumo
No presente artigo, é abordado o problema da unidade de determinações pertinentes a modos de ser diferentes em um mesmo ente. Assumindo o pluralismo ontológico formulado por Heidegger, é examinada a unidade dos modos de ser da vida orgânica e da existência histórica, que se torna conspícua na experiência da enfermidade. Essa unidade é analisada com base na distinção entre composição e constituição. O vínculo entre as determinações componentes e constituintes é concebido como uma relação de dependência ontológica, mais especificamente, de dependência existencial. Mostra-se que a unidade de vida e existência é intrinsecamente dinâmica: os modos de ser unificados implicam determinações dinâmicas, e a relação de dependência ontológica entre eles é de natureza processual.
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