Menschliches Leben zwischen Therapie und Technik
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-6746.2006.2.1854Resumo
Certamente, desde que o ser humano existe, a vida nunca esteve isenta de manipulação técnica. Todavia, formas recentes de biotecnologia vão mais longe, tendendo a tornar indiscernível as distinções clássicas entre crescimento natural e produção artificial. Ars sive natura, este poderia ser o novo slogan. Neste sentido, em oposição à bioética corrente que tenta compensar o monismo tecnológico através de um dualismo prático, discutiremos a idéia de que, quando age sobre o Outro (Fremdeneinwirkung), a biotecnologia nunca é puramente técnica, sendo imediatamente prática, ética e política. Por outro lado, confrontada com novos desafios tecnológicos, a fenomenologia necessita assumir certas características de fenomenotecnologia; ações não são nunca meramente práticas. Uma tal combinação entre fenomenologia e fenomenotecnologia abre especiais perspectivas no que diz respeito ao trato da questão da vida humana. Primeiramente, descreveremos o eu corporal como gerador de sua própria história, na medida que evidencia graus de identidade e se constitui como altamente vulnerável. Em segundo lugar, distinguiremos entre a atitude técnica, restrita ao fato de que algo se modifica, e a atitude terapêutica, que se dirige a alguém que sofre: o paciente. A seguir, ultrapassaremos os limites do enquadramento clínico ao considerar novas conquistas no que diz respeito à produção da vida (por exemplo, clonagem e manipulação genética). Antes de simplesmente argumentar pró ou contra, temos de indagar o que significa produzir um eu vivo. Neste contexto, o tempo da poiesis será contrastado com o do pathos. Examinaremos o lugar desde o qual um ser vivo ou pessoal pode ser definido como alguém em si, e pretendemos tencionar simultaneamente o caráter paradoxal de atribuição de um eu ao Outro (Fremdezuschreibung), que assemelha-se ao paradoxo de ter a experiência do Outro como Outro (Fremderfahrung). Pois a pré-história e a pós-história de um alguém específico, incluindo nascimento e morte, é apenas acessível a nós em termos de substituição. Reduzidos a conjuntos de células, seres humanos seriam liberados de tudo isto. Restaria algo sobre o que falamos, mas de modo algum alguém falando a nós.
PALAVRAS-CHAVE – Biotecnologia. Terapia. Fenomenologia. Fenomenotecnologia.
ABSTRACT
Certainly, as long as human beings exist, life has never been exempt from technical manipulations. However, recent forms of biotechnology go further, tending to blur the classical distinction between natural growth and artificial production. Ars sive natura, that may be the new slogan. Now, in opposition to current bioethics which try to compensate the technological monism by means of a practical dualism, we will argue that by acting upon the Other (Fremdeinwirkung) biotechnology is never purely technical, it is immediately practical, ethical and political. On the other side, faced with new technological challenges, phenomenology needs certain features of phenomenotechnology; actions are never merely practical. Such an intertwining of phenomenology and phenomenotechnology opens up special perspectives in dealing with the issue of human life. Firstly, we will describe the bodily self as generating its own history, as showing grades of selfhood and as being highly vulnerable. Secondly, we will distinguish between the technological attitude, restricted on something to be changed, and the therapeutic attitude, addressed to somebody suffering, namely the patient. In the end, we cross the limits of the clinical frame by considering new attempts of life production (e.g. cloning and gene manipulation). Before simply arguing pro and con we have to ask what does it mean to produce a living self. In this context the time of poiesis will be contrasted with the time of pathos. We will examine the place from where a living or personal being may be defined as somebody in itself, and we will simultaneously stress the paradoxical character of ascribing the status of a self to the Other (Fremdzuschreibung), which resembles the paradox of experiencing the Other as an Other (Fremderfahrung). At last, the pre-history and the post-history of a oneself, including birth and death, is only accessible for us by means of substitution. Reduced to cell ensembles, human beings would get rid of all that. There would be left something we speak about, but by no means somebody speaking to us.
KEY WORDS – Biotechnology. Therapy. Phenomenology. Phenomenotecnology.
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