Hannah Arendt’s doxa glorifying judgment and exemplarity – a potentially public space
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-6746.2005.1.1788Resumo
Através da leitura que Heidegger faz de Aletheia, Arendt vincula a noção de verdade à de aparência ao custo de desmantelar a conhecida dicotomia entre o ser verdadeiro e a mera aparência, deslocando a verdade do domínio dos noumena ao dos phenomena enquanto reino da visibilidade, o domínio doxástico da ação política. Doxa como desvelamento não mais nos conduz à adequação cognitiva do self interno, mas antes à dimensão arendtiana cognitiva interpessoal de seres humanos no mundo: quem nós somos no espaço público. Será mostrado que não há nenhuma contradição entre dialética e persuasão, na medida em que Arendt desloca o registro positivo da doxa em direção a suas considerações sobre a faculdade de julgar, reforçando a primazia da comunicabilidade, pluralidade e diversidade de pontos de vista na construção da doxa quando alguém constitui sua visão particular e única no mundo. Finalmente, mostrar-se-á que a amizade deve ser tomada como o tipo de insight político por excelência, enquanto praxis de ver o mundo a partir da perspectiva do outro.
PALAVRAS-CHAVE – Amizade espaço público. Comunicabilidade. Doxa, praxis.
ABSTRACT
Through Heidegger’s reading of Aletheia, Arendt links the notion of truth to appearance at the expense of dismantling the well-known dichotomy between true being and mere appearance, displacing truth from the domain of noumena to the realm of phenomena which is the realm of visibility, the doxastic domain of political action. Doxa as uncovering no longer leads to the cognitive adequation of the inner self, but rather to Arendt’s main interpersonal dimension of men into the appearing world: who we are in the public space. Thus, it will be asserted that there is by no means sheer contradiction between the dialectics and persuasion. It will also be claimed that Arendt displaces the positive account of doxa toward her considerations on the faculty of judging, reinforcing the primacy of communicability, plurality and diversity of viewpoints in building up someone’s doxa, in how one constitutes ones particular view and uniqueness, into the world. Finally, friendship is claimed to hold the political kind of insight par excellence, as the praxis of seeing the world from the other’s viewpoint.
KEY WORDS – Communicability. Doxa. Friendship. Praxis. Public space.
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