Filosofia da filosofia: podem as teses filosóficas ser ‘crenças verdadeiras justificadas’?
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-6746.2014.1.13539Palavras-chave:
metafilosofia, verdade, justificação epistêmica, significado cognitivo.Resumo
Partindo das exigências epistêmicas estatuídas pela concepção-padrão de conhecimento, de acordo com a qual conhecimento é ‘crença verdadeira justificada’, o artigo visa a identificar as razões pelas quais as teorias filosóficas substantivas têm fracassado em satisfazê-las.
Aceita essa visão de conhecimento, a filosofia vê-se impedida de atribuir estatuto cognitivo às suas teorias. O artigo também pretende mostrar
que a filosofia tem a credibilidade cognitiva colocada em xeque quando constrói abstrusos exercícios retóricos que especiosamente buscam
legitimar-se como conhecimento. Além de forjar teorias carentes de cognitividade, a filosofia também cria teorias compostas de proposições
claramente desprovidas de significatividade. Ao elaborar teorias carentes de potencial cognitivo e teorias cujas proposições carecem de sentido, a filosofia fica sujeita a ter a cognitividade questionada. No entanto, a avaliação final da filosofia não pode confinar-se à dimensão da cognitividade, já que suas teorias possuem o poder de oferecer formas de ver a realidade mesmo quando fracassam em explicar objetos.
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