Karol Wojtyla e os níveis de sentido da regra de ouro
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-6746.2014.1.11733Palavras-chave:
Karol Wojtyla. Regra de ouro. Autorrealização. Participação. Autodoação.Resumo
A regra de ouro, o princípio ético segundo o qual devemos fazer aos outros o que nós queremos que nos façam, é também conhecida na tradição cristã como regra de amor ao próximo. O objetivo do presente artigo é examinar a relação entre dois níveis de sentido da regra de ouro nas investigações filosóficas de Karol Wojtyla, anteriores ao seu pontificado. Uma vertente do atual debate sobre a regra de
ouro diz respeito às suas raízes antropológicas e ao seu sentido ético. A abordagem filosófica de Karol Wojtyla da regra de ouro perpassa tanto a investigação de suas raízes antropológicas quanto de suas exigências éticas. Com efeito, há um sentido pré-ético da regra de ouro em Karol Wojtyla, que está vinculado à sua abordagem fenomenológica da pessoa humana e da vida em comunidade. Nesse nível, a regra de
ouro é descrita a partir da lógica da autorrealização, que manifesta o valor personalista da ação humana. Por outro lado, há também um segundo sentido propriamente ético da regra de ouro, graças ao qual desenvolve sua perspectiva da doação de si como condição da
realização de si mesmo. Nessa perspectiva wojtyliana, o que torna uma regra moral áurea é a sua capacidade de integrar e complementar
a busca pela própria realização com a realização do outro mediante a doação de si mesmo.
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