Infecção pelo HIV na região oeste do Pará
Caracterização clínica e socioeconômica
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-6108.2021.1.38938Palavras-chave:
HIV, síndrome da imunodeficiência adquirida, epidemiologia, infecções oportunistasResumo
Objetivo: o conhecimento sobre o perfil do paciente para a avaliação e as propostas de condutas colabora com um desfecho favorável. Assim, o objetivo deste estudo é analisar as características socioeconômicas, clínicas e imunológicas de pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana na região Oeste do Estado do Pará.
Métodos: foram analisados 1.966 prontuários de pacientes que tiveram seu primeiro atendimento em um centro de referência, no município de Santarém (Pará), no período de 1998 a 2018. Levantaram-se informações socioeconômicas, clínicas e imunológicas nos referidos prontuários. Os dados foram analisados por estatística descritiva e inferencial, adotando-se p<0.05.
Resultados: observou-se predominância do sexo masculino (62,5%), faixa etária de 20-39 anos (69,1%), ensino fundamental (58,6%), solteiros (57,3%) e com vínculo empregatício (66,4%). A imunossupressão estava presente em 22% dos pacientes e a carga viral detectável em 66%. A tuberculose (9,1%) e a toxoplasmose (5,6%) predominaram como infecções oportunistas, e a sífilis (14,1%) e o papiloma vírus humano (HPV; 3,2%) como outras infecções.
Conclusão: conclui-se que tanto as infecções oportunistas como as outras infecções estavam presentes em 25 (22%) dos pacientes e que a presença da infecção oportunista favorece a instalação da outra infecção, ou vice-versa. A toxoplasmose, HPV e a sífilis se associaram positivamente aos homens, bem como, a toxoplasmose e a tuberculose com as idades >35 anos. A imunossupressão demonstrou estar associada positivamente aos homens e idades >35 anos, bem como, favorece a instalação da tuberculose, da toxoplasmose e da carga viral detectável.
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