Impacto da complexidade da farmacoterapia sobre parâmetros bioquímicos e pressóricos no diabetes mellitus
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-6108.2019.2.33175Palavras-chave:
Atenção primária à saúde, tratamento farmacológico, glicemia.Resumo
OBJETIVOS: Avaliar a complexidade da farmacoterapia no diabetes melito numa unidade básica de saúde e investigar eventuais correlações com variáveis bioquímicas e pressóricas. MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional, descritivo com delineamento transversal, que incluiu todos os indivíduos com diagnóstico primário de diabetes tipo 2 e com prescrição preenchida com pelo menos um antidiabético oral. A quantificação da complexidade do regime terapêutico foi realizada conforme o índice da complexidade da farmacoterapia, e este foi correlacionado com variáveis do perfil bioquímico: glicemia capilar, creatinina e filtração glomerular, e pressórico: pressão arterial sistólica e diastólica, através da análise de correlação de Spearman. RESULTADOS: A média do índice de complexidade da farmacoterapia foi de 9,42±0,48 pontos, sendo mais proeminente na seção B (5,03±2,57). O índice esteve correlacionado com a glicemia capilar (rho=0,538), pressão arterial sistólica (rho=0,520), creatinina (rho=-0,406) e filtração glomerular (rho=0,566). Esta correlação foi diretamente proporcional ao aumento da glicemia capilar (p<0,01), pressão arterial sistólica (p<0,01) e filtração glomerular (p<0,01), e inversamente proporcional à creatinina (p<0,05). CONCLUSÕES: Nossos achados revelaram que a polifarmácia no diabete melito contribuiu para a geração da complexidade da farmacoterapia, resultando em não adesão ao tratamento prescrito e consequentemente contribuindo, principalmente, para o descontrole glicêmico e pressórico.
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