Situação sobre a prevenção de intoxicações exógenas em Ambulatório de Pediatria na década de 90

Autores

  • Margareth Rodrigues Salerno PUCRS
  • Renato Machado Fiori PUCRS
  • Airton Tetelbom Stein ULBRA

Palavras-chave:

Medidas preventivas, Acidentes em pediatria, Intoxicações

Resumo

Objetivos: avaliar o conhecimento dos pais de crianças de 0 a 7 anos, que consultaram no Ambulatório de Pediatria do Hospital São Lucas da PUCRS, sobre prevenção de intoxicações exógenas no ambiente domiciliar, identificando se os pais estavam sendo orientados quanto à prevenção das intoxicações durante a consulta médica. Métodos: os pais foram selecionados e entrevistados quando traziam as crianças à consulta ambulatorial pediátrica, previamente agendada, durante o primeiro semestre de 1996. Para a coleta de dados foi utilizada amostragem aleatória sistemática, com realização de entrevista com questionário estruturado. Os dados foram processados com os programas Epi Info 6.0 e SPSS 7.5. Para as comparações, foram utilizados o teste qui-quadrado e o exato de Fisher. Foi calculado o risco relativo com intervalo de confiança de 95%. Resultados: foram entrevistadas 309 famílias, sendo que em 175 (56,6%) a criança era do sexo masculino. A mediana da idade das crianças foi de 13 meses. A idade média dos pais foi de 30,2 anos, e a das mães de 26,7 anos. A maioria (53,3%) dos pais e mães tinha primeiro grau incompleto. Verificou-se que 184 (59,5%) dos entrevistados armazenavam os produtos de limpeza doméstica e 113 (36,6%) os remédios de uso da família em locais potencialmente perigosos. Apesar de 82,2% dos entrevistados referirem saber que as plantas podem intoxicar, 48,3% possuíam pelo menos uma planta tóxica em sua casa. A maioria dos entrevistados 224 – 72,5%) recorreria à emergência de algum hospital no caso de uma intoxicação e nenhum fez referência ao Centro de Informações Toxicológicas. Duzentos e noventa e cinco (95,3%) entrevistados referiram que nenhum profissional da saúde havia conversado sobre intoxicações, sendo que 76,4% haviam levado seu filho à consulta pediátrica nos últimos três meses. Com relação às orientações sobre a prevenção das intoxicações no Ambulatório de Pediatria do Hospital São Lucas da PUCRS, dos 211 que haviam consultado nos últimos três meses, 93,4% não haviam recebido qualquer orientação e apenas três (1%) conheciam xarope de ipeca. Quatorze crianças (4,5%) haviam sofrido um episódio de intoxicação exógena. Nenhum dos pais era adequadamente informado sobre intoxicações. Conclusões: os pais mostraram ter pouco conhecimento sobre intoxicações exógenas, a maioria armazenando os produtos de limpeza doméstica e medicamentos em locais potencialmente perigosos e possuindo plantas tóxicas em suas casas. Os profissionais de saúde não estavam fornecendo orientações preventivas às famílias quanto a intoxicações exógenas. DESCRITORES: CENTROS DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕES; ENVENENAMENTO/prevenção e controle; TOXICOLOGIA/estatística e dados numéricos; AMBULATÓRIO HOSPITALAR; CRIANÇA.

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Biografia do Autor

Margareth Rodrigues Salerno, PUCRS

Professora do Departamento de Pediatria da FAMED-PUCRS e médica pediatra do Ambulatório de Pediatria do HSL-PUCRS.

Renato Machado Fiori, PUCRS

Professor Titular do Departamento de Pediatria da FAMED-PUCRS.

Airton Tetelbom Stein, ULBRA

Professor Adjunto da Universidade Luterana do Brasil e professor titular de Saúde Coletiva da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre.

Publicado

2008-06-04

Como Citar

Salerno, M. R., Fiori, R. M., & Stein, A. T. (2008). Situação sobre a prevenção de intoxicações exógenas em Ambulatório de Pediatria na década de 90. Scientia Medica, 18(2), 66–74. Recuperado de https://revistaseletronicas.pucrs.br/scientiamedica/article/view/2818

Edição

Seção

Artigos Originais

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