Qualidade de vida de médicos residentes de um hospital escola

Autores

  • Bruna Arrais Dias Pontifícia Universidade Católica de Goiás - PUC Goiás
  • Marília Neves Pereira Pontifícia Universidade Católica de Goiás - PUC Goiás
  • Ivone Félix de Sousa Pontifícia Universidade Católica de Goiás - PUC Goiás
  • Rogério José de Almeida Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC Goiás/Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-6108.2016.1.22315

Palavras-chave:

internato e residência, residência médica, qualidade de vida, saúde mental.

Resumo

Objetivos: Avaliar a qualidade de vida de médicos residentes de um hospital escola situado na cidade de Goiânia, Goiás.

Métodos: Trata-se de um estudo transversal descritivo com abordagem quantitativa. A pesquisa foi realizada por meio de um censo entrevistando todos os médicos residentes do hospital. Foram aplicados dois questionários, sendo um com dados sociodemográficos e ocupacionais e o outro o instrumento World Health Organization Quality of Life - Bref (WHOQOL-Bref), que avalia a qualidade de vida. A análise estatística utilizada foi a paramétrica, com o uso da escala intervalar, análise de variância Scheffé e teste do qui-quadrado, considerando o nível de p<0,05.

Resultados: Foram entrevistados 84 médicos residentes, com média de idade de 29,8±3,6 anos, sendo 54 (64,3%) do sexo feminino e 53 (63,1%) solteiros. Trinta e oito entrevistados estavam cumprindo o primeiro ano de residência médica, 39 o segundo ano e sete o terceiro ano. A média da carga horária semanal era de 63,19±11,30 horas, e 56 (66,7%) referiram possuir outro emprego além da residência. A qualidade de vida total apresentou o escore 3,44±0,54, o domínio físico 3,51±0,61, o psicológico 3,43±0,63, o de relações sociais 3,42±0,80 e o de meio ambiente 3,39±0,54. A percepção da qualidade de vida apresentou um escore de 2,99±1,00 e a satisfação pessoal com a saúde de 3,04±1,17. Os homens apresentaram escore mais alto para a qualidade de vida total (média 3,64) do que as mulheres (média 3,32) (p=0,005). A diferença significativa entre os sexos apareceu também no domínio físico (p=0,005) e psicológico (p=0,004), nos quais as mulheres apresentaram escores mais baixos (médias respectivamente de 3,8 e 3,7) do que os homens (médias respectivamente de 4,3 e 4,2).

Conclusões: A análise geral da qualidade de vida apresentou uma média boa, sendo todos os domínios enquadrados nesta classificação. A autoavaliação evidenciou uma percepção regular da própria qualidade de vida. O sexo feminino foi preditor de pior qualidade de vida geral e nos domínios físico e psicológico.

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Biografia do Autor

Bruna Arrais Dias, Pontifícia Universidade Católica de Goiás - PUC Goiás

Graduada em Medicina. Departamento de Medicina. Pontifícia Universidade Católica de Goiás - PUC Goiás

Marília Neves Pereira, Pontifícia Universidade Católica de Goiás - PUC Goiás

Graduada em Medicina. Departamento de Medicina. Pontifícia Universidade Católica de Goiás - PUC Goiás.

Ivone Félix de Sousa, Pontifícia Universidade Católica de Goiás - PUC Goiás

Mestre em Psicologia. Professora do Departamento de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC Goiás.

Rogério José de Almeida, Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC Goiás/Brasil.

Doutor em Sociologia. Professor do Departamento de Medicina e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Saúde da Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC Goiás

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Publicado

2016-03-30

Como Citar

Dias, B. A., Pereira, M. N., Sousa, I. F. de, & Almeida, R. J. de. (2016). Qualidade de vida de médicos residentes de um hospital escola. Scientia Medica, 26(1), ID22315. https://doi.org/10.15448/1980-6108.2016.1.22315

Edição

Seção

Artigos Originais