Avaliação do tempo de realização do diagnóstico de mortes encefálicas notificadas à Central de Transplantes do Rio Grande do Sul

Autores

  • Dagoberto França Rocha Hospital São Lucas da PUCRS
  • Rosana Reis Nothen Hospital de Clínicas de Porto Alegre
  • Sandra Rodrigues Santos Central de Transplantes do Rio Grande do Sul
  • Priscilla Caroliny Oliveira Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-6108.2015.3.21328

Palavras-chave:

morte encefálica, transplante de órgãos, doadores de tecidos.

Resumo

Objetivos: Avaliar o tempo de realização do diagnóstico de mortes encefálicas notificadas à Central de Transplantes do Rio Grande do Sul e correlacionar o tempo da conclusão desse diagnóstico com os órgãos captados e, consequentemente implantados.

Métodos: O estudo incluiu as mortes encefálicas notificadas à Central de Transplantes do Rio Grande do Sul dos doadores efetivos no período de 2003 a 2013. Foram obtidos dados dos doadores (procedência, idade, cor, sexo e causa da morte) e, também, informações sobre o diagnóstico de morte encefálica (data e período do dia em que foi aberto o protocolo, horários do primeiro e segundo teste clínico e horário do exame complementar), bem como os órgãos e tecidos captados e implantados. As comparações de médias entre grupos foram realizadas por meio dos testes t-Student e Anova, ou seus equivalentes não paramétricos Mann-Whitney e Kruskal-Wallis.

Resultados: Foram incluídos no estudo 492 doadores efetivos, sendo 275 (55,9%) do sexo masculino. A faixa etária predominante foi a de 40 a 59 anos, com 222 doadores (45,2%). A principal causa de morte foi o acidente vascular encefálico, 276 (56,1%) e o exame complementar mais utilizado foi a angiotomografia, em 177 (36,0%). O rim foi o órgão mais captado, 968 (98,4% da amostra) sendo implantados 94% dos captados; e o coração foi o menos captado, 35 (7,1%), com 100% de implantação. As médias de tempo entre os testes clínicos e a conclusão do diagnóstico de morte encefálica foram de 8,9 e 14,1 horas, respectivamente. Protocolos iniciados à noite e realizados com angiorressonância e eletroencefalograma tiveram um tempo para a conclusão significantemente superior aos demais. Não houve diferença significativa quando correlacionado o tempo de para a conclusão do diagnóstico com os órgãos captados e implantados.

Conclusões: O tempo médio total entre os testes clínicos que contemplam o diagnóstico de morte encefálica foi superior ao recomendado pelo Conselho Federal de Medicina. O tempo médio total de realização do diagnóstico de morte encefálica não foi um fator determinante para o número de órgãos captados e implantados.

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Biografia do Autor

Dagoberto França Rocha, Hospital São Lucas da PUCRS

Enfermeiro da Organização de Procura de Órgãos do Hospital São Lucas da PUCRS (OPO 2), Porto Alegre, RS. Especialista em Captação, Doação e Transplante de Órgãos pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, São Paulo, SP; Mestrando na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

Rosana Reis Nothen, Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Intensivista Pediátrica.

Sandra Rodrigues Santos, Central de Transplantes do Rio Grande do Sul

Médica Sanitarista da Central de Transplantes do Rio Grande do Sul; Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul.

Priscilla Caroliny Oliveira, Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein

Enfermeira do Instituto Israelita de Responsabilidade Social (IIRS) do Albert Einstein, Projeto Núcleo de Captação de Órgão; Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, São Paulo, SP. Doutoranda na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

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Publicado

2015-11-17

Como Citar

Rocha, D. F., Nothen, R. R., Santos, S. R., & Oliveira, P. C. (2015). Avaliação do tempo de realização do diagnóstico de mortes encefálicas notificadas à Central de Transplantes do Rio Grande do Sul. Scientia Medica, 25(3), ID21328. https://doi.org/10.15448/1980-6108.2015.3.21328

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