Fatores associados ao tempo de tela em estudantes do ensino médio de Fortaleza, região Nordeste do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-6108.2015.4.20985Palavras-chave:
comportamento do adolescente, saúde do adolescente, jogos de vídeo, televisão, preferências alimentares, estudos transversais.Resumo
Objetivos: Investigar os fatores associados ao tempo em que os escolares despendem assistindo televisão, usando computador ou jogando videogames.
Métodos: Estudo transversal com adolescentes matriculados no ensino médio, selecionados aleatoriamente em quatro escolas da rede Liceu do Ceará, na cidade de Fortaleza, Nordeste do Brasil. O número de estudantes convidados a participar do estudo foi proporcional à amostra representativa da escola, sendo convidados aleatoriamente. Os dados levantados foram autorreportados e incluíram: duração diária do tempo de tela (tempo passado por dia de semana assistindo televisão ou usando videogame / computador), consumo de refrigerantes, doces e salgados, sexo, idade, turno de estudo, status ocupacional, participação nas aulas de Educação Física e prática de atividade física extracurricular. O teste de Qui-quadrado para tendência linear foi utilizado para analisar as associações e o nível de significância foi estipulado em p≤0,05.
Resultados: Foram avaliados 964 escolares, sendo 46,4% na faixa etária entre 17 e 19 anos e 51,5% do sexo feminino. A prevalência de estudantes que assistiam televisão por mais de três horas diárias foi de 51,1% e a maior proporção foi observada entre adolescentes mais novos de ambos os sexos, que não trabalhavam, estudavam no turno da tarde e consumiam refrigerantes, doces e salgados frequentemente. O uso excessivo de computador/videogame esteve presente em 21,85% da amostra, com maior prevalência entre meninos do turno da manhã e que consumiam salgados frequentemente.
Conclusões: Fatores sociodemográficos e comportamentais, incluindo hábitos alimentares, estão associados ao tempo de tela em adolescentes. Contudo, os fatores associados diferiram de acordo com o tipo de aparelho mais utilizado (televisão ou computador /videogame). Estes aspectos devem ser considerados em programas de combate ao tempo sedentário no lazer em jovens.
Downloads
Referências
World Health Organization WHO. Global status report on noncommunicable diseases. Geneva: 2010. [Cited 2014 December 10] Available from: http://www.who.int/nmh/publications/ncd_report_full_en.pdf
Maitland C, Stratton G, Foster S, Braham R, Rosenberg M. A place for play? The influence of the home physical environment on children's physical activity and sedentary behavior. Int J Behav Nutr Phys Act. 2013;10(99):1-21. http://dx.doi.org/10.1186/1479-5868-10-99
LeBlanc AG, Chaput JP, McFarlane A, Colley RC, Thivel D, Biddle SJ, Maddison R, Leatherdale ST, Tremblay MS.Active Video Games and Health Indicators in Children and Youth: A Systematic Review. Plos one. 2013; 8(6): 65351-71. http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0065351
Trends in the prevalence of sexual behaviors. National Youth Risk Behavior Survey -YRBS; Atlanta: 2007. [Cited 2014 November 15] Available from: http://www.cdc.gov/healthyyouth/data/yrbs/results.htm
Autran RG, Rech CR, Mota J, Santos MP. Percepção de regras e de confiança em reduzir o tempo de tela em adolescentes. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2014;19(6):690-2. http://dx.doi.org/10.12820/rbafs.v.19n6p690
Dumith SC, Hallal PC, Menezes A, Araújo CL: Sedentary behavior in adolescents: the 11-year follow-up of the 1993 Pelotas (Brazil) birth cohort study. Cad Saude Publica. 2010;26(10):1928-36. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2010001000009
Cândido AP, Benedetto R, Castro AP, Carmo JS, Nicolato RL, Nascimento-Neto RM, Freitas RN, Freitas SN, Caiaffa WT, Machado-Coelho GL. Cardiovascular risk factors in children and adolescents living in an urban area of Southeast of Brazil: Ouro Preto Study. Eur J Pediatr. 2009;168:1373-82. http://dx.doi.org/10.1007/s00431-009-0940-1
Vasques DG, Lopes AS. Fatores associados à atividade física e aos comportamentos sedentários em adolescentes. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2009;11:59-66.
Ouwens MA, Cebolla A, Strien TV. Eating style, television viewing and snacking in pre-adolescent children. Nutr Hosp. 2012; 27(4):1072-8. http://dx.doi.org/10.3305/nh.2012.27.4.5805
Campagnolo PDB, Vitolo MR, Gama CM. Fatores associados ao hábito de assistir TV em excesso entre adolescentes. Rev Bras Med Esporte. 2008;14(3):197-9. http://dx.doi.org/10.1590/S1517-86922008000300007
Fernandes RA, Christofaro DG, Casonatto J, Kawaguti SS, Ronque ER, Cardoso JR, Freitas Júnior IF, Oliveira AR. Cross-sectional association between healthy and unhealthy food habits and leisure physical activity in adolescents. J Pediatr. 2011;87(3):252-6. http://dx.doi.org/10.2223/JPED.2093
Nunes MMA, Figueiroa JN, Alves JGB. Excesso de peso, atividade física e hábitos alimentares entre adolescentes de diferentes classes econômicas em Campina Grande (PB). Rev Assoc Med Bras. 1992;53(2):130-4.
Fiates GMR, Amboni RDMC, Teixeira E. Comportamento consumidor, hábitos alimentares e consumo de televisão por escolares de Florianópolis. Rev Nutr. 2008;21(1):105-14. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-52732008000100011
Borghese MM, Tremblay MS, Leduc G, Boyer C, Bélanger P, LeBlanc AG, Francis C, Chaput JP. Independent and combined associations of total sedentary time and television viewing time with food intake patterns of 9- to 11-year-old Canadian children. Appl Physicol Nutri Metab. 2014;39(8):1-7. http://dx.doi.org/10.1139/apnm-2013-0551
Lissner L, Lanfer A, Gwozdz W, Olafsdottir S, Eiben G, Moreno LA, Santaliestra-Pasías AM, Kovács E, Barba G, Loit HM, Kourides Y, Pala V, Pohlabeln H, De Henauw S, Buchecker K, Ahrens W, Reisch L. Television habits in relation to overweight, diet and taste preferences in European children: the IDEFICS study. Eur J Epidemiol. 2012;27:705-15. http://dx.doi.org/10.1007/s10654-012-9718-2
BRASIL. Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão. Ministério da Saúde. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE. Pesquisa Nacional de saúde do escolar. Rio de Janeiro, 2009.
Centers for Disease Control and Prevention. Youth risk behavior surveillance – United States, 2007. MMWR. 2008; 57(4):1-130.
Friedrich RR, Polet JP, Schuch I, Wagner MB. Effect of intervention programs in schools to reduce screen time: a meta-analysis. J Pediatr. 2014;90(3):232-41. http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2014.01.003
Bucksch J, Inchley J, Hamrik Z, Finne E, Kolip P. Trends in television time, non-gaming PC use and moderate-to-vigorous physical activity among German adolescents, 2002 –2010. BMC Public Health. 2014;14(351):1471-2458. http://dx.doi.org/10.1186/1471-2458-14-351
Totland TH, Bjelland M, Lien N, Bergh IH, Gebremariam MK, Grydeland M, Ommundsen Y, Andersen LF. Adolescents' prospective screen time by gender and parental education, the mediation of parental influences. Int J Behav Nutr Phys Act. 2013;10:89. http://dx.doi.org/10.1186/1479-5868-10-89
Nuutinen T, Ray C, Roos E. Do computer use, TV viewing, and the presence of the media in the bedroom predict school-aged children's sleep habits in a longitudinal study? BMC Public Health. 2013;13(1):684. http://dx.doi.org/10.1186/1471-2458-13-684
