Análise fatorial de sintomas depressivos e ocorrência de quedas em idosos

Autores

  • Amanda Gilvani Cordeiro Matias Universidade Federal da Bahia-UFBA
  • Marília de Andrade Fonseca Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-UESB
  • Marcos Antonio de Almeida Matos Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-6108.2015.1.19804

Palavras-chave:

Idoso fragilizado, Transtorno depressivo, Acidentes por quedas.

Resumo

Objetivos: Determinar a prevalência de sintomas depressivos e correlacionar a ocorrência destes com o autorrelato de quedas em idosos, utilizando a estrutura fatorial da Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage-15 (EDG-15).

Métodos: Estudo de corte transversal realizado de julho a outubro de 2014. Participaram idosos voluntários, vinculados ao Centro de Convivência do Idoso na cidade de Vitória da Conquista, Bahia, que foram selecionados por amostragem não probabilística e por conveniência e responderam a um questionário à EDG-15, após serem informados sobre a pesquisa e assinarem o termo de consentimento livre e esclarecido. Para verificar a correlação bivariada entre sintomas depressivos e autorrelato de quedas, utilizou-se o teste de Pearson. Foi aplicada estatística multivariada através da técnica de análise fatorial, que verificou a inter-relação dos itens da EDG-15, visando à redução do número de variáveis em fatores explicativos.

Resultados: Participaram 68 idosos, com média de idade 73,12±7,1 anos; predominou o gênero feminino, com 41 (60,3%) dos participantes. Foram detectados sintomas depressivos em 35 (51.4%) dos idosos, sendo 23 (33.8%) mulheres.  A queda foi autorrelatada por 33 idosos (48,5%). Houve correlação positiva e significativa entre o autorrelato de queda e sintomas depressivos nos participantes (r = 0,383, p<0,001). A consistência interna da EDG-15 foi avaliada pelo teste de Alpha de Cronbach, obtendo valor aceitável (0,73); o teste que verificou a aplicabilidade da escala foi o Kaiser-Meyer-Olkin, cujo coeficiente obtido (0,658) demonstrou a adequação para o método de análise fatorial. Após a aplicação da análise fatorial, destacaram-se dois fatores que agruparam oito itens extraídos da escala, capazes de explicar 68% da variância total da EDG-15.

Conclusões: A prevalência da depressão foi relevante na amostra estudada. A maior carga fatorial foi representada nas dimensões de ansiedade, anedonia, medo, isolamento e apatia. A correlação entre autorrelato de quedas e sintomas depressivos foi significativa. Os dados apontam para a necessidade de maior atenção à saúde mental do idoso e enfatizam a importância de intervenções precoces de rastreamento dos sintomas depressivos visando à adoção de medidas preventivas.

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Biografia do Autor

Amanda Gilvani Cordeiro Matias, Universidade Federal da Bahia-UFBA

Docente na Universidade Federal da Bahia-UFBA. Fisioterapeuta e bióloga, Mestre em Meio ambiente e Saúde. Doutoranda em Medicina e Saúde pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.

Marília de Andrade Fonseca, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-UESB

Fisioterapeuta, Mestre em Ciências da Saúde. Doutoranda em Medicina e Saúde pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Docente na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia –UESB

Marcos Antonio de Almeida Matos, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Médico, Mestre e Doutor em Ortopedia e traumatologia pela Universidade de São Paulo.  Docente no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.

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Publicado

2015-06-08

Como Citar

Matias, A. G. C., Fonseca, M. de A., & Matos, M. A. de A. (2015). Análise fatorial de sintomas depressivos e ocorrência de quedas em idosos. Scientia Medica, 25(1), ID19804. https://doi.org/10.15448/1980-6108.2015.1.19804

Edição

Seção

Artigos Originais