Avaliação macroscópica da exposição ao etanol e da desintoxicação alcoólica sobre lesões gástricas em ratos
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-6108.2014.3.16893Palavras-chave:
ALCOOLISMO, DESINTOXICAÇÃO, ÚLCERA GÁSTRICAResumo
OBJETIVOS: Investigar os efeitos do consumo crônico de etanol e da desintoxicação alcoólica sobre o aspecto macroscópico em lesões gástricas em ratos. MÉTODOS: Trata-se de estudo experimental no qual foram utilizados 18 ratos machos adultos (Rattus novergicus) da linhagem Wistar, com 40 dias de vida, divididos em três grupos aleatórios com seis animais cada: Grupo Controle (CT), Grupo Desintoxicado (DE) e Grupo Alcoólico (AC). Os animais do grupo AC foram submetidos a um modelo experimental denominado alcoolista crônico, em que, após um período de adaptação receberam etanol como único alimento liquido disponível até completar 13 semanas de experimento. Os animais do grupo DE foram submetidos ao mesmo protocolo que o grupo AC, no entanto, ao completarem seis semanas de consumo alcoólico, foram submetidos ao processo de desintoxicação alcoólica. Ao final do experimento coletaram-se os estômagos dos animais dos três grupos para investigação da presença de lesões gástricas. RESULTADOS: Os animais do grupo CT não apresentaram lesões. Os animais do grupo DE, em comparação com os do grupo AC, exibiram um número maior de lesões gástricas (44±3,7 e 21±0,3 respectivamente). A análise macroscópica dos estômagos indica que os animais do grupo DE foram os que apresentaram maior índice de lesões na mucosa gástrica. CONCLUSÕES: O etanol consumido de forma crônica ou após a desintoxicação alcoólica desencadeou lesões gástricas nos grupos AC e DE, porém de forma mais acentuada no grupo submetido à desintoxicação, o que pode caracterizar um possível sinergismo entre consumo de etanol e o estresse pós-desintoxicação alcoólica na patogenia da úlcera gástrica.Downloads
Referências
World Health Organization. WHO Global Status Report on Alcohol. Department of Mental Health and Substance Abuse. Geneva: World Health Organization; 2004.
Soares EA, Favaro WJ, Cagnon VHA, Bertran CA, Camilli JA. Effects of alcohol and nicotine on the mechanical resistance of bone and bone neoformation around hydroxyapatite implants. Journal of Bone Miner Metab. 2010;28(1):101-07.
Lima CC, Silva TD, Santos L, Nakagaki WR, Loyola YCS, Resck MCC, et al. Effects of ethanol on the osteogenesis around porous hydroxyapatite implants. Brazilian Journal of Biology. 2011;71(1):115-19.
Matos AM, Carvalho RC, Costa COM, Gomes KMPS, Santos LM. Consumo frequente de bebidas alcoólicas por adolescentes escolares: estudo de fatores associados. Rev Bras Epidemiol. 2010;13(2):302-13.
I Levantamento Nacional sobre os padrões de consumo de álcool na população brasileira / Elaboração, redação e organização: Ronaldo Laranjeira ...[et al.] ; Revisão técnica científica: Paulina do Carmo Arruda Vieira Duarte. Brasília : Secretaria Nacional Antidrogas, 2007.
Seitz HK, Homann N. Effect of alcohol on the orogastrointestinal tract, the pancreas and the liver. In: Heather N, Peters TJ, Stockwell T. International Handbook of Alcohol Dependence and Problem. John Wiley & Sons, Inglaterra; 2001. p. 151-67.
Laranjeira R, Nicastri S, Jerônimo C, Marques AC, Gigliotti A, Campana A, et al. Consenso sobre a síndrome de abstinência do álcool (SAA) e o seu tratamento. Rev Bras Psiquiatr. 2000;22(2):62-71.
Madrid JF, Leis O, Díaz-Flores L, Sáez FJ, Hernández F. Lectin–gold localization of fucose residuos in human gastric mucosa. J Histochem Cytochem. 1998;46(11):1311-20.
Salih BA, Abasiyanik MF, Bayyurt N, Sander E. H pylori infection and other risk factors associated with peptic ulcers in Turkish patients: a retrospective study. World J Gastroen¬terol. 2007;13(23):3245-48.
Peres WA, Carmo MG, Zucoloto S, Iglesias AC, Braulio VB.. Ethanol intake inhibits growth of the epithelium in the intestine of pregnant rats. Alcohol. 2004;33(2):83-9.
Melo-Junior MR, Machado MCFP, Araújo-Filho JLS, Patu VJRM, Beltrão EIC, Pontes-Filho NT, et al. Avaliação histoquímica da mucosa gastrointestinal de ratos expostos ao álcool. Rev. Para. Med. 2006;20(4):7-12.
Gargie M, Azuine MA, Lakshman MR. Chronic ethanol consumption upregulates the cytosolic and plasma membrane sialidase genes, but downregulates lysosomal membrane sialidase gene in rat liver. Metabolism. 2006;55(6):803-10.
Lapa FR, Gadotti VM, Missau FC, Pizzolatti MG, Marques MC, Dafré AL, et al. Antinociceptive properties of the hydroalcoholic extract and the flavonoid rutin obtained from Polygala paniculata L. in mice. Basic Clin Pharmacol Toxicol. 2009;104(4):306-15.
Martinez FE, Garcia PJ, Padovani CR, Cagnon VHA, Martinez M. Ultrastructural study of the ventral lobe of the prostate of rats submitted to experimental chronic alcoholism. Prostate. 1993;22(4):317-24.
Faustino SES, Stipp ACM. Efeitos do alcoolismo crônico e da desintoxicação alcóolica sobre a glândula submandibular de ratos: estudo morfométrico. J Appl Oral Sci. 2003;11(1):21-26.
Horvath RO, Silva TD, Calil Neto J, Nakagaki WR, Garcia JAD, Soares EA. Efeitos do alcoolismo e da desintoxicação alcoólica sobre o reparo e biomecânica óssea. Acta Ortopédica Brasileira. 2011;19(5):305-8.
Vela SM, Souccar C, Lima-Landman MTR, Lapa AJ. Inhibition of gastric acid secretion by the aqueous extract and purified extracts of Stachytarpheta cayennensis. Planta Med. 1997;63(1):36-9.
Filipini CB, Paixão DR, Ávila MAP, Flausino PA, Pereira VA, Oliveira JA, et al. Avaliação da atividade protetora gástrica do extrato hidroalcoólico da semente de girassol em ratas. Rev Bras Clin Med. 2012;10(2):112-15.
Svendsen P, Hau J. Handbook of laboratory animal science. V.1, CRC Press, Boca Raton, London, 1984.
Camilli JA, Cunha MR, Bertran CA, Kawachi EY. Sbperiosteal hydroxyapatite implants in rats submitted to ethanol ingestion. Archiveis of Oral Biology. 2004;44:747-53.
Nyquist F, Halvosenv V, Madsen JE, Nordsletten L, Obrant KJ. Ethanol and is effects on fracture healing and bone masss in de male rats. Acta Orthop Scand. 1999;70(2):212-16.
Ekblad E, Mei Q, Sundler F. Innervation of the gastric mucosa. Micros.Res.Tech. 2000;48:241-57.
Hogben CAM, Kent TH, Woodhard PA, Sill AJ. Quantitative histology of gastric mucosa: Man, dog, cat, guinea pig and frong. Gastroenterol. 1974;67:1146-57.
Glavin G, Szabo S. experimental gastric mucosal injury: laboratory models reveal mechanisms of pathogenesis and the therapeutic strategies. The Faseb Journal. 1992;6:825-31.
Dembinski A, Warzecha Z, Ceranowicz P, Brzozowski T, Dembinski M, Konturek SJ, et al. Role of capsaicin-sensitive nerves and histamine H1, H2, and H3 receptors in the gastroprotective effect of histamine against stress ulcers in rats. Eur J Pharmacol. 2005;508(1-3):211-21.
Elliot SL, Whittler JL. Nitric Oxide: A regulator of mucosal defense and injury. J.Gatroenterol. 2004;33:792-803.
Arabski M, Kazmierczak P, Wisniewska-Jarosinska M, Poplawski T, Klupinska G, Choinacki J, et al. Interaction of amoxicillin with DNA in human lymphocytes and H. pylori–infected and non–infected gastric mucosa cells. Chem Biol Interact. 2005;152(1):13-24.
Associação Brasileiras de Estudos sobre o Álcool e outras Drogas (ABAD). Comorbidades. Disponível em: <http://www.abpbrasil.org.br> Acesso em 10/12/2013.
Miller TA. Mechanism of stress-related mucosal damage. Am J Med. 1987;83(1):8-14.
Sairam K, Rao CHV, Babu MD, Kumar KV, Agrawal VK, Goel RK. Antiulcerogenic effect of methanolic extract of Emblica officinalis: an experimental study. J Ethnopharmacol. 2002;82(1):1-9.