Impacto das crises convulsivas neonatais no prognóstico neurológico durante os primeiros anos de vida
Palavras-chave:
Convulsões, Epilepsia, Infância, Distúrbios do sono, Desenvolvimento infantil.Resumo
OBJETIVOS: Avaliar o prognóstico clínico-neurológico de crianças que apresentaram crises convulsivas no período neonatal, verificando a incidência e o impacto da ocorrência de epilepsia pós-neonatal em relação ao desenvolvimento neuropsicomotor e qualidade do sono. MÉTODOS: Realizou-se um estudo transversal em uma coorte histórica de recém-nascidos que apresentaram crises convulsivas confirmadas por observação clínica e eletroencefalograma ou vídeo-eletroencefalograma, durante internação na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital São Lucas da PUCRS, em Porto Alegre/RS, entre janeiro de 2004 e dezembro de 2009. As crianças foram avaliadas quanto ao desenvolvimento neuropsicomotor (teste de Denver II), hábitos do sono (Inventário dos Hábitos de Sono para Crianças Pré-escolares) e ocorrência de epilepsia pós-neonatal. RESULTADOS: O grupo com seguimento foi constituído por 12 meninos e 10 meninas com idade variando entre 2 e 6 anos. Dez pacientes (45,5%) apresentavam epilepsia pós-neonatal. Todas as crianças com epilepsia apresentaram resultado anormal ou questionável no teste de Denver II. As médias do escore total do Inventário do Sono e das suas subescalas demonstraram um predomínio de bom padrão de sono em ambos os grupos (com e sem epilepsia). Os escores variaram de 5 a 59 (média 34,84±14,61), sendo que as crianças com epilepsia apresentaram os escores mais baixos no Inventário do Sono, sugerindo melhores hábitos de sono. A diferença do escore de sono entre os dois grupos foi de 13.25 (intervalo de confiança 95% 1,39 a 25,11; p = 0,030). CONCLUSÕES: O estudo evidenciou alta incidência de epilepsia após crises convulsivas neonatais e associação de epilepsia com indicadores de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. A qualidade do sono apresentou-se de forma regular na amostra estudada.Downloads
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