Prevalência e fatores associados ao uso de benzodiazepínicos em idosos atendidos em um ambulatório especializado em Porto Alegre, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.15448/2357-9641.2021.1.40298Palavras-chave:
idoso, psiquiatria geriátrica, receptores benzodiazepínicos, lista de medicamentos potencialmente inapropriadosResumo
Objetivos: verificar a prevalência de uso de BZDs na população idosa atendida em um ambulatório de psiquiatria geriátrica de um hospital universitário em Porto Alegre, Brasil.
Métodos: estudo transversal realizado no ambulatório de psiquiatria geriátrica. A coleta de dados ocorreu durante a primeira consulta dos indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos. Os dados avaliados compreendem questões sociodemográficas, clínicas, de saúde e uso de medicamentos. Para análise estatística foi utilizado o programa SPSS (do inglês, Statistical Package for the Social Sciences).
Resultados: um total de 295 idosos foram incluídos no estudo. A média de idade foi de 72,1±8,3 anos, sendo na maioria mulheres (76,6%), com escolaridade de 5 a 8 e 9 a 12 anos de estudo (ambos com a mesma frequência, 28,9%), casados (45,0%), residindo com familiar (34,4%), aposentados (79,8%). A prevalência de utilização de BZD foi de 33,6% (n=99). A queixa principal de ansiedade e o diagnóstico de transtornos ansiosos foram associadas ao uso de BZDs.
Conclusões: a prevalência do uso de BZDs foi alta e associada à queixa principal de ansiedade e aos diagnósticos de transtornos ansiosos e depressivos, mesmo esses sendo considerados medicamentos potencialmente inapropriados e com alto risco de complicações. O tratamento da população geriátrica, muitas vezes, é colocado em segundo plano, não recebendo devidamente os cuidados direcionados às demandas específicas que esses indivíduos necessitam. O conhecimento epidemiológico da população idosa expõe características e auxilia na elaboração de plano terapêutico diferenciado.
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