Nietzsche e a linguagem
A racionalidade enquanto impulso de expressão da verdade pelo perspectivismo em arte e dança
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-6746.2022.1.41412Palavras-chave:
Nietzsche, Linguagem, Cultura, Arte, ValoresResumo
Entre as características fundamentais que se depreendem da obra de Nietzsche está a sua alta capacidade de expressão estilística. A forma com que o filósofo aborda inúmeros temas é permeada por uma linguagem que faz eco ao seu pensamento, expresso em arte e dança. De uma verdade absoluta e unilateral ele conduz a uma visão perspectiva plural, de modo que a linguagem, com a sua multiplicidade de figuras, chancela este processo de desconstrução metafísica. A concepção organicista, que caracteriza o pensamento nietzschiano, compreende instintos que apontam para disposições artísticas, vitais fundamentais, fazendo com que o sentido seja aparência, o conceito seja metáfora, e a verdade seja perspectiva. A expressão resultante deste campo, anímico, aparente, metafórico e perspectivístico se traduz em linguagem, fazendo com que o conjunto aforismático que compõe a obra nietzschiana constitua um todo, pautado pela crítica à cultura, precisamente em sua compreensão moderna. Em que aspectos o pensamento de Nietzsche, marcado por um procedimento diagnosticador dos valores morais, metafísicos da cultura, tem na linguagem um poderoso ingrediente de desconstrução? Sendo a linguagem a expressão pela qual a verdade se apresenta, não estaria Nietzsche ainda operando no registro da razão?
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