Filosofia da Ciência e Filosofia da Ciência do Direito

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-6746.2019.3.33607

Palavras-chave:

Filosofia da Ciência. Filosofia do Direito. Ciência do Direito. dogmática jurídica.

Resumo

Muitas vezes os juristas consideram científico o seu saber e o seu fazer sobre normas jurídicas – a chamada dogmática jurídica (conhecimento voltado para questões como a definição do sentido e do alcance de normas, a solução de conflitos entre normas e o enfrentamento de lacunas jurídicas reais ou aparentes). Isso é feito sem maiores problematizações, como se o caráter científico fosse um dado, uma obviedade, um truísmo. O conceito de ciência, por sua vez, é o objeto principal de uma disciplina do saber filosófico: a Filosofia da Ciência. No presente artigo, pretendo compreender o que é a Filosofia da Ciência, qual o seu campo de atuação, para então refletir sobre se e como ela se aplica à dogmática jurídica. Para isso, realizei pesquisa teórica e bibliográfica cujo ponto de partida residiu no recorte bibliográfico feito pelo curso “Philosophy of Science”, da plataforma Saylor Academy. Foram examinadas, sistematizadas e confrontadas diferentes fontes com o intuito de identificar a posição mais consistente. Dentre os principais resultados, encontram-se: a identificação da Filosofia da Ciência como disciplina distinta das disciplinas empíricas ou observacionais sobre Ciência; a confrontação dessa disciplina com a crítica que denuncia sua suposta inutilidade; a defesa da relevância da Filosofia da Ciência e de sua aplicação ao Direito

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Henrique Napoleão Alves, Faculdade Milton Campos, Nova Lima, MG, Brasil.

Doutor em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Pós-doutor em Direito, Democracia e Direitos Humanos pela Universidade de Coimbra. Professor universitário – Faculdade de Direito Milton Campos (MG). Advogado e Consultor Jurídico da Organização dos Estados Americanos (OEA) na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

Referências

ALDER, Mike. Newton’s Flaming Laser Sword. Philosophy Now, Issue 46, 2004. Disponível em: https://philosophynow.org/issues/46/Newtons_Flaming_Laser_Sword. Acesso em: 05 ago. 2015.

BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 15 ed. São Paulo: Malheiros, 2004.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Embargos de Divergência em Recurso Especial 841587, Relator Ministro Benedito Gonçalves, Brasília, Diário da Justiça Eletrônico, 24 de março de 2010.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial 931727, Relator Ministro Luiz Fux, Brasília, Diário da Justiça Eletrônico, 14 de setembro de 2009.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Direta de Inconstitucionalidade 447, Relator Ministro Octavio Gallotti, Brasília, Diário da Justiça, 5 de março de 1993.

BREWER, William F.; LAMBERT, Bruce L. The Theory-Ladenness of Observation and the Theory-Ladenness of the Rest of the Scientific Process. Philosophy of Science, v.68, p.176-186, 2001. DOI: https://doi.org/10.1086/392907

CHALMERS, Alan Francis. O que é ciência, afinal? [What is this thing called science?]. Trad. Raul Filker. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1993[1981].

DWORKIN, Ronald. Law’s Empire. Cambridge: Belknap Press of Harvard University Press, 1986.

EXISTENTIAL COMICS. Sem título. Twitter (@existentialcoms), 5 Ago. 2015. Disponível em: https://twitter.com/existentialcoms. Acesso em: 25 ago. 2015.

HOLDEN, John C.; SIMANEK, Donald E. Science Askew: A Light-Hearted Look at the Scientific World. Philadelphia: Institute of Physics Publishing, 2002.

HOYNINGEN-HUENE, Paul. “Why Is Football So Fascinating?”. In: Ted Richards (ed.). Soccer and Philosophy: beautiful thoughts on the beautiful game. Chicago: Open Court, 2010.

IOWA STATE UNIVERSITY. Lyle Zynda’s “Introduction to the Philosophy of Science” – Lecture 1 – Introduction. Department of Sociology – Iowa State University, 1994. Disponível em: <http://www.soc.iastate.edu/sapp/phil_sci_lecture01.html>. Acesso em: 05 ago. 2015.

KEYSAR, B.; HAYAKAWA, S.; & AN, S. The Foreign-Language Effect: Thinking in a Foreign Tongue Reduces Decision Biases. Psychological Science, v.23 (6), p.661-668, 2012. DOI: https://doi.org/10.1177/0956797611432178

LOPES, Mônica Sette. O Direito em movimento: a linguagem da realidade e as falhas de comunicação. Revista TST, v.70, n.2, p.72-87, jul./dez. 2004a.

LOPES, Mônica Sette. Uma charada: a ciência, os métodos, a lei e o conflito. Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, v.40, n.70, p.185-212, jul./dez. 2004b.

MARTINS, Glayson Pereira. “Ceticismo epistemológico em Kirchmann”. In: LOPES, Mônica Sette (org.). O Direito e a ciência: tempo e métodos. Belo Horizonte: Movimento Editorial da Faculdade de Direito da UFMG, 2006.

NOË, Alva. A Little Philosophy Is A Dangerous Thing. NPR – 13.7: cosmos & culture, 4 fev. 2011. Disponível em: <http://www.npr.org/sections/13.7/2011/02/04/133363055/a-little-philosophy-is-a-dangerous-thing>. Acesso em: 05 ago. 2015.

POPPER, Karl. The Logic of Scientific Discovery [Logik der Forschung]. New York: Routledge, 2005 [1935].

POPPER, Karl. Conjectures and Refutations: The Growth of Scientific Knowledge. New York: Basic Books, 1962.

SAYLOR ACADEMY. In: Wikipedia, The Free Encyclopedia. Florida: Wikimedia Foundation, 2019. Disponível em: < https://en.wikipedia.org/wiki/Saylor_Academy >. Acesso em: 26 fev. 2019.

SALDANHA, Elza Roxane Álvares. Kirchmann e a negação do caráter científico da ciência do direito. Revista de Informação Legislativa, a.27, n.108, p.271-284, out./dez. 1990.

SEARLE, John. Mind, Language and Society. New York: Basic Books, 1999.

VEGA, Jesús. Las calificaciones del saber jurídico y la pretensión de racionalidad del derecho. DOXA – Cuadernos de Filosofía del Derecho, n. 32, p. 375-414, 2009. DOI: https://doi.org/10.14198/DOXA2009.32.16

Downloads

Publicado

2019-12-31

Como Citar

Napoleão Alves, H. (2019). Filosofia da Ciência e Filosofia da Ciência do Direito. Veritas (Porto Alegre), 64(3), e33607. https://doi.org/10.15448/1984-6746.2019.3.33607