Agostinho de Hipona: considerações sobre o mal e temas correlatos em De libero arbitrio
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-6746.2013.3.12957Palavras-chave:
Mal. Livre-arbítrio. Fé. Intelecção. Iluminação. Graça.Resumo
Em várias obras, Agostinho aborda a questão do mal, mas é no diálogo De libero arbitrio que ele mais se estende sobre esse tema. A pergunta sobre a origem do mal conduz a argumentação do diálogo, introduzindo aos poucos o que vai se tornar a fórmula clássica do agostinismo, a saber, o intelecto aceita o que a fé esculpe. O mal surge quando há desordem, desmedida, excesso ou deficiência. O mal é o avesso da ordem natural. Cupiditas, a má libido, é uma desordem na alma, é o desejo por coisas passíveis de perda. O mal preexiste à
promulgação da lei, já que deriva do pecado original. Do cogito de Agostinho – existir, viver e inteligir –, a principal e exclusiva qualidade
do homem é a inteligência. Agostinho estabelece o axioma: a fé busca e a inteligência encontra. No entanto, para que haja inteligência, é
necessária a iluminação, que, mais tarde, tomará contornos mais nítidos na conceituação da graça divina. Pela livre vontade, o ser humano peca.
A graça é necessária ao livre-arbítrio da vontade humana para enfrentar eficazmente a luta contra o mal.
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