Falta de acesso a medicamentos para hipertensão e diabetes mellitus entre idosos de 2017 a 2019 no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-6108.2023.1.40488

Palavras-chave:

utilização de medicamentos, doença crônica, acesso à atenção primária, inquéritos de saúde

Resumo

Objetivos: identificar diferenças sociodemográficas e regionais na falta de acesso de idosos brasileiros a medicamentos para hipertensão e/ou diabetes mellitus nos últimos 30 dias, nos anos de 2017, 2018 e 2019, com base nos dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL).
Métodos: estudo transversal de base populacional com dados do VIGITEL. Foram elegíveis os idosos (≥60 anos) que responderam afirmativamente às questões “‘Nos últimos 30 dias, o(a) Sr.(a). ficou sem algum dos medicamentos para controlar a pressão alta por algum tempo?’, ‘Nos últimos 30 dias, o(a) Sr.(a). ficou sem algum dos medicamentos para controlar a diabetes por algum tempo?’ e ‘Nos últimos 30 dias, o(a) Sr.(a). ficou sem insulina?’”. O teste qui-quadrado foi utilizado para descrever a prevalência do desfecho de acordo com as variáveis independentes e a Regressão de Poisson ajustada foi utilizada para estimar a razão de prevalência e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%).
Resultados: a prevalência do desfecho foi de 11,8% em 2017, 11,4% em 2018 e 11,2% em 2019. A prevalência de falta de acesso a medicamentos para hiper tensão e diabetes mellitus foi maior entre os idosos de cor da pele preta/parda/amarela/indígena, com menor escolaridade, beneficiários do Bolsa Família, sem plano privado de saúde e residentes nas regiões Nordeste e Norte.
Conclusão: houve uma pequena redução na falta de acesso a medicamentos para hipertensão e diabetes entre 2017 e 2019. Além disso, os resultados revelam desigualdade no acesso a esses medicamentos.

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Biografia do Autor

Karla Pereira Machado, Federal University of Pelotas (UFPel), Postgraduate Programme in Nursing, Pelotas, RS, Brazil.

Doutora em Ciências pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e pós-doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Alimentos na mesma niversidade, em Pelotas, RS, Brasil; mestre em Saúde Pública pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG), em Rio Grande, RS, Brasil.

Tatiane Nogueira Gonzalez, Federal University of Rio Grande (FURG), Postgraduate Programme in Health Sciences, Rio Grande, RS, Brazil.

Mestre e doutora em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG), em Rio Grande, RS, Brasil.

Abelardo de Oliveira Soares Junior, Federal University of Rio Grande (FURG), Postgraduate Programme in Health Sciences, Rio Grande, RS, Brazil.

Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG), em Rio Grande, RS, Brasil. Professor na Faculdade Anhanguera do Rio Grande, em Rio Grande, RS, Brasil.

Max dos Santos Afonso, Federal University of Rio Grande (FURG), Postgraduate Programme in Health Sciences, Rio Grande, RS, Brazil.

Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG), em Rio Grande, RS, Brasil. Coordenador Adjunto e Professor da Universidade Católica de Pelotas (UCPEL), em Pelotas, RS, Brasil.

Yohana Pereira Vieira, Federal University of Rio Grande (FURG), Postgraduate Programme in Health Sciences, Rio Grande, RS, Brazil.

Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil. Doutoranda em Ciências da Saúde pela FURG, Rio Grande, Brasil.

Mirelle de Oliveira Saes, Federal University of Rio Grande (FURG), Postgraduate Programme in Health Sciences, Rio Grande, RS, Brazil.

Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG), em Rio Grande, RS, Brasil; com pós-doutorado em epidemiologia pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em Pelotas, RS, Brasil. Professora da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), em Rio Grande, RS, Brasil.

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Publicado

2023-05-03

Como Citar

Pereira Machado, K., Nogueira Gonzalez, T., de Oliveira Soares Junior, A., dos Santos Afonso, M., Pereira Vieira, Y., & de Oliveira Saes, M. (2023). Falta de acesso a medicamentos para hipertensão e diabetes mellitus entre idosos de 2017 a 2019 no Brasil. Scientia Medica, 33(1), e40488. https://doi.org/10.15448/1980-6108.2023.1.40488