Impacto prognóstico das complicações ocorridas durante o transporte de crianças gravemente doentes
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-6108.2020.1.34725Palavras-chave:
transporte de pacientes, assistência pré-hospitalar, unidade de terapia intensiva pediátricaResumo
Objetivo: o transporte de crianças gravemente doentes envolve particularidades que aumentam o risco de complicações. O objetivo foi investigar o impacto de complicações registradas durante o transporte na mortalidade geral e na taxa de alta hospitalar.
Método: estudo realizado em duas etapas. A primeira foi um estudo transversal, no qual, através de entrevista padronizada, dirigida ao médico que admitiu essas crianças, foram identificadas potenciais complicações ocorridas durante o transporte. Três médicos independentes auditaram esses dados. A segunda etapa foi uma coorte prospectiva onde os pacientes divididos em dois grupos (com e sem complicações no transporte) foram seguidos prospectivamente.
Resultados: 143 crianças foram incluídas no estudo. Pelo menos uma complicação durante o transporte foi observada em 74 delas (52%). A complicação mais prevalente foi relacionada a falhas no monitoramento e nos dispositivos (42%). A ocorrência de complicações no transporte foi associada a maior mortalidade hospitalar (Hazard ratio - HR): 5,60; intervalo de confiança de 95% (IC95%): 1,26 - 26,65; p=0,013) e a menor taxa de alta hospitalar (HR: 0,48; IC95%: 0,31 - 0,74; p = 0,0007). Após regressão de Cox para ajuste de fatores de confusão, a presença de complicações permaneceu associada à mortalidade hospitalar (HR: 6,74; IC95%: 1,40 - 32,34); p = 0,017), porém deixou de se associar com a taxa de alta hospitalar (HR: 0,76; IC95%: 0,49 - 1,16; p=0,213).
Conclusão: presença de complicações durante o transporte pediátrico foi frequente na região metropolitana de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. A ocorrência de complicações foi um preditor independente de mortalidade hospitalar.
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