Comparação entre a pressão inspiratória máxima aferida pelo manovacuômetro digital e pelo dispositivo eletrônico de treinamento muscular inspiratório

Autores

  • Aurea Gonçalves Ferreira Unicamp University
  • Fabieli Vicente
  • Ligia dos Santos Roceto Ratti
  • Rodrigo Marques Tonella
  • Antonio Luis Eiras Falcão
  • Ana Paula Ragonete dos Anjos
  • Luciana Castilho de Figueirêdo

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-6108.2016.1.22678

Palavras-chave:

doenças respiratórias, insuficiência respiratória, unidade de terapia intensiva, desmame do respirador.

Resumo

Objetivos: Comparar valores de pressão inspiratória máxima (PImáx) aferidos por um manovacuômetro digital e por um dispositivo eletrônico de treinamento muscular inspiratório e avaliar as repercussões hemodinâmicas após as medidas.

Métodos: A amostra foi composta por indivíduos acima de 18 anos, de ambos os sexos, internados na unidade de terapia intensiva, hemodinamicamente estáveis, sem uso de drogas vasoativas ou de sedação, intubados ou traqueostomizados, em processo de desmame da ventilação mecânica. Foram feitas três medidas de PImáx pelos dois equipamentos, com tempo de oclusão de 20 segundos e tempo entre as medidas de cinco minutos. Foram analisados frequência respiratória, pressão arterial média e frequência respiratória antes e após cada medida para cada equipamento utilizado. A análise estatística usou os programas Statistical Analysis System e R Project for Statistical Computing V. 3.1.2, aplicando os testes ANOVA e Wilcoxon.

Resultados: Foram incluídos no estudo 58 pacientes. A média das PImáx obtidas com o manovacuômetro digital foi -46,22 centímetros de água (cmH2O), enquanto a média obtida com o dispositivo de TMI foi -13,15 cmH2O (p<0,001). A frequência cardíaca apresentou aumento na comparação antes e após todas as medidas em ambos os dispositivos (p<0,0001). A pressão arterial média apresentou diferença estatisticamente significativa somente entre antes e após a primeira medida obtida pelo manovacuômetro digital, e entre antes e após a segunda medida obtida com o dispositivo de treinamento muscular inspiratório (p<0,001). A frequência respiratória apresentou variação significativa entre antes e após as três medidas em ambos dispositivos (p<0,0001). Os valores das variáveis hemodinâmicas após as medidas de PImáx permaneceram dentro dos limites da normalidade.

Conclusões: O manovacuômetro digital registrou uma PImáx superior à registrada pelo dispositivo eletrônico de treinamento muscular inspiratório. Ambos os dispositivos alteraram os valores das variáveis hemodinâmicas, que entretanto permaneceram dentro da normalidade e sem repercussão clínica.

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Biografia do Autor

Aurea Gonçalves Ferreira, Unicamp University

Fisioterapeuta, aluna do curso de especialização de fisioterapia respiratória em UTI de adultos da Unicamp

Fabieli Vicente

Fisioterapeuta, aluna do curso de especialização de fisioterapia respiratória em UTI de adultos da Unicamp

Ligia dos Santos Roceto Ratti

Fisioterapeuta, mestre, docente do curso de especialização de fisioterapia respiratória em UTI de adultos da Unicamp, doutoranda pela Faculdade de Ciências Médicas de Campinas-UNICAMP

Rodrigo Marques Tonella

Fisioterapeuta, mestre, docente do curso de especialização de fisioterapia respiratória em UTI de adultos da Unicamp, doutorando pela Faculdade de Ciências Médicas de Campinas-UNICAMP

Antonio Luis Eiras Falcão

Médico, doutorado, docente do curso de especialização de fisioterapia respiratória em UTI de Adultos da Unicamp

Ana Paula Ragonete dos Anjos

mestranda UNICAMP

Luciana Castilho de Figueirêdo

Fisioterapeuta, doutorado, docente e coordenadora do curso de especialização de fisioterapia respiratória em UTI adultos da Unicamp.

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Publicado

2016-03-30

Como Citar

Ferreira, A. G., Vicente, F., Roceto Ratti, L. dos S., Tonella, R. M., Falcão, A. L. E., dos Anjos, A. P. R., & de Figueirêdo, L. C. (2016). Comparação entre a pressão inspiratória máxima aferida pelo manovacuômetro digital e pelo dispositivo eletrônico de treinamento muscular inspiratório. Scientia Medica, 26(1), ID22678. https://doi.org/10.15448/1980-6108.2016.1.22678

Edição

Seção

Artigos Originais