Sífilis congênita: notificação e realidade

Autores

  • Maria Regina Komka Hospital de Referência Dona Regina
  • Eleonor Gastal Lago PUCRS

Palavras-chave:

vigilância epidemiológica, sífilis congênita, notificação

Resumo

Objetivos: estudar os casos de sífilis congênita ocorridos no Hospital de Referência Dona Regina (HRDR), localizado em Palmas, capital do Estado de Tocantins, avaliando a taxa de notificação deste agravo para a vigilância epidemiológica e identificando algumas das causas de sua ocorrência. Métodos: em um estudo transversal retrospectivo foram incluídos todos os casos de sífilis congênita ocorridos em 2004 no HRDR, identificados através de busca ativa de puérperas VDRL reatoras no banco de dados do laboratório do hospital, seguida da pesquisa nos prontuários das pacientes. Os recém-nascidos vivos, abortos e natimortos que atenderam à definição de caso do Ministério da Saúde foram considerados casos de sífilis congênita. Os casos notificados em Palmas foram levantados pelo exame das fichas submetidas ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação no ano de 2004 no município. Através do Sistema de Informações Sobre Nascidos Vivos, registrou-se o número de nascidos vivos no município de Palmas no mesmo período. Resultados: no ano de 2004, foram identificados 28 casos de sífilis congênita no HDRD, sendo 23 nascimentos vivos e cinco perdas fetais. No mesmo período, houve 3.851 nascimentos vivos no Município de Palmas, sendo que 2.323 (60,3%) ocorreram no HRDR. Assim, a incidência de sífilis congênita em recém-nascidos vivos, em 2004, no HRDR, foi de 23/2.323, ou 9,9 casos por 1.000 (IC95%: 6,4%-14,6/1.000). Dos 28 casos de sífilis congênita, somente 10 (36%) foram notificados, todos eles recém-nascidos vivos. Portanto, a taxa de subnotificação foi de 64%. A totalidade de casos notificados pelo SINAN em Palmas foi de 10 casos, todos eles provenientes do HRDR. Foram encontradas falhas no pré-natal e no manejo dos recém-nascidos. Conclusões: houve uma grande taxa de subnotificação de sífilis congênita no HRDR e também no município de Palmas. A vigilância epidemiológica precisa ser aperfeiçoada, assim como a aplicação dos protocolos oficiais para gestantes e recém-nascidos, para que seja possível atingir a meta tão desejada, que é a eliminação da sífilis congênita no Brasil. DESCRITORES: SÍFILIS CONGÊNITA/epidemiologia; VIGILÂNCIA SANITÁRIA; ESTUDOS TRANSVERSAIS; ESTUDOS RETROSPECTIVOS. NOTIFICAÇÃO DE DOENÇAS.

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Biografia do Autor

Maria Regina Komka, Hospital de Referência Dona Regina

Pediatra intensivista. Responsável técnica pela UTI Pediátrica do Hospital Geral de Palmas. Pediatra do Hospital de Referência Dona Regina. Palmas/TO

Eleonor Gastal Lago, PUCRS

Professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da PUCRS. Responsável pelo Ambulatório de Infecções Comgênitas do Hospital São Lucas. Porto Alegre/RS

Publicado

2007-12-07

Como Citar

Komka, M. R., & Lago, E. G. (2007). Sífilis congênita: notificação e realidade. Scientia Medica, 17(4), 205–211. Recuperado de https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/scientiamedica/article/view/2115

Edição

Seção

Artigos Originais