Circuito produtivo da Agência Pública e as possibilidades para a expansão das liberdades
Resumo
Experiências de produção jornalísticas alternativas ao modelo hegemônico são registradas há pelo menos um século no Brasil. Entre os representantes contemporâneos dessa prática jornalística está a agência de reportagens investigativas Pública. O artigo busca compreender a proposta de produção da Agência Pública e sua possível autonomia na produção de conteúdos, examinando a possibilidade do conteúdo veiculado pela agência potencialmente contribuir para expansão das liberdades individuais, propostas por Amartya Sen (2010), capazes de levar ao desenvolvimento da sociedade. Utiliza-se como protocolo teórico-metodológico o circuito da cultura, de Richard Johnson (2010), com categorias pré-definidas. Faz-se uso da entrevista e da análise documental. A pesquisa conclui que a estratégia produtiva da Pública, de operar com autonomia em relação à publicidade e sem fins lucrativos, com distribuição gratuita do conteúdo e tendo como foco a exposição das fragilidades da realidade social brasileira, materializada numa reportagem analisada, pode contribuir para a expansão das liberdades.Downloads
Referências
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