A democracia está de olho: do panopticismo ao estado de segurança

Autores

  • Hélder Rocha Prior Laboratório de Comunicação Online da Universidade da Beira Interior; Observatorio Iberoamericano de la Comunicación da Universidade Autónoma de Barcelona

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-3729.2015.1.17789

Palavras-chave:

Sociedade da vigilância, Panóptico, Biopoder

Resumo

O ensaio que o leitor tem em mãos é uma tentativa de compreender a medida em que, hoje em dia, estamos vendo o retorno a um sistema de vigilância, visibilidade e exposição que um autor utilitarista como Jeremy Bentham batizou de Panóptico ou "lugar onde tudo é visto". Na verdade, o auge da "sociedade da informação", e o cenário atual de vigilância generalizada intensificada pelo estabelecimento de um Estado de Segurança após o 11 de Setembro, tem implicações nas práticas de controle sobre os indivíduos em uma base diária, o que Deleuze chama de "sociedade de controle", ao mesmo tempo em que contribui para a diluição das fronteiras entre a esfera pública e a esfera privada. Neste sentido, consideramos que é importante se fazer um comentário sobre "sociedades disciplinares", vigilância e o controle de "biopoder", teorizado por Michel Foucault para entender, posteriormente, como as novas tecnologias de vigilância aumentam, exponencialmente, a transparência dos sujeitos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Hélder Rocha Prior, Laboratório de Comunicação Online da Universidade da Beira Interior; Observatorio Iberoamericano de la Comunicación da Universidade Autónoma de Barcelona

BA - 2007 and European PhD ("European Doctor") - 2013 Communication Sciences from the University of Beira Interior (Portugal). Posdoctoral researcher at Universidade de Brasília.  Integrated PhD - Online Communication Lab (LabCom) of University of Beira Interior; Research collaborator of the Observatorio Iberoamericano de la Comunicación of the Autonomous University of Barcelona; Executive Member of the Board of directors of Asociación Latinoamericana de Investigadores en Campañas Electorales; Member of the editorial board of the journals: "Comunicando" (Portuguese Association of Communication Sciences), "Communication Studies" (LabCom), "Rhêtoriké" (LabCom), Más Poder Local (Fundación Ortega Marañon - Madrid).

Referências

AGAMBEN, G. O poder soberano e a vida nua – Homo Sacer. Lisboa: Editorial Presença, 1998.

______. État d’Exception – Homo Sacer. Paris: La Seuil, 2003.

ANDREJEVIC, M. Ubiquitous Surveillance. In: BALL; HAGGERTY; LYON. Handbook of Surveillance Studies. New York: Routledge, 2012.

ARENDT, H. A Condição Humana. Lisboa: Relógio D’Água Editores, 2001.

CEYHAN, A. Surveillance as biopower. In: BALL; HAGGERTY; LYON. Handbook of Surveillance Studies. New York: Routledge, 2012.

DELEUZE, G. Post-scriptum sobre as sociedades de controlo. In: Conversações, Fim de Século Edições, 2003. (Colecção Entre vistas).

FOUCAULT, M. História da sexualidade. I – A vontade do saber. Lisboa: Relógio D’Água Editores, 1994a.

______. É preciso defender a sociedade. Lisboa: Livros do Brasil, 2006.

______. Dits et écrits – 1976-1979. Paris: Gallimard, v. III, 1994b.

______. Vigilar y castigar, Nacimiento de la prisón. Madrid: Siglo XXI Editores, 2009.

INNERARITY, D. A sociedade invisível. Lisboa: Teorema, 2004.

LYON, D. El ojo electrónico: El auge de la sociedad de la vigilância. Madrid: Alianza Editorial, 1995.

______. Surveillance Studies: Understanding visibility, mobility and phenetic fix. In: Surveillance & Society, v. 1, n. 1, p. 1-7, 2002.

______. Surveillance, Power and Everyday life. In: AVGEROU, C. et al. The Oxford Handbook of Information and Communication Technologies. Oxford University Press, 2009.

MARX, Gary T. The Surveillance Society: the threat of 1984-style techniques. The Futurist, June 1985.

MATTELART, A. Un Mundo Vigilado. Barcelona: Paidós, 2009.

McLUHAN, M. Compreender-me, conferências e entrevistas. Lisboa: Relógio D’Água Editores, 2009.

MURAKAMI, D.; BALL, K.; LYON, D.; NORRIS, C. “A Report on the Surveillance Society”, For the Information Commissioner by the Surveillance Studies Network, 2006.

O’HARA, K.; SHADBOLT, N. O Espião na Máquina do Café. Lisboa: Plátano Editora, 2009.

ORWELL, G. Mil Novecentos e Oitenta e Quatro. Lisboa: Antígona, 2007.

PRIOR, Hélder. Democracia deliberativa e vigilância electrónica: da participação ao panóptico cibernético, In: Communication Studies, n. 10, 2011.

WINTER, O. Democracia e secretismo. Mira-Sintra: Publicações Europa-América, 2002.

WHITAKER, R. El fin de la privacidad; como la vigilância total se está convirtiendo en realidad. Barcelona: Paidós, 1999.

RELATÓRIO do Parlamento Europeu datado de 11 de Julho de 2001 sobre A existência de um sistema global de intercepção de comunicações privadas e económicas (sistema de intercepção Echelon). Disponível em: http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.dopubRef=-//EP//NONSGML+REPORT+A5-2001-0264+0+DOC+PDF+V0//PT Acesso em: 10 abr. 2014.

Downloads

Publicado

2015-05-25

Como Citar

Prior, H. R. (2015). A democracia está de olho: do panopticismo ao estado de segurança. Revista FAMECOS, 22(1), 32–58. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2015.1.17789

Edição

Seção

Teorias da Comunicação