As propagandas da Revista Feminina (1914-1936): a invenção do mito da beleza

Autores

  • Ana Carolina Eiras Coelho Soares Universidade Federal de Goiás
  • Neide Célia Ferreira Barros Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.15448/2178-3748.2014.1.14655

Palavras-chave:

Modernidade, Gênero, Beleza, Publicidade, Brasil República.

Resumo

O presente artigo trata do mercado de consumo que se desenvolveu no Brasil no fim do império e início da primeira República em torno da imensa valoração do corpo (limpo, saudável, branco e reprodutivo) da mulher como centro da sua identidade. A análise das publicidades da Revista Feminina, importante periódico brasileiro do início do século XX, a partir dos discursos publicitários permite compreender a construção do corpo feminino que, já no início do referido século, recebia um influxo de informações para talhar a mulher nos moldes ansiados pela sociedade e, ao mesmo tempo, ensinar a esta mulher como deveria ser, parecer e qual era seu papel nesse grupo. Dessa maneira, buscou-se entender a historicidade das representações sobre o corpo feminino e de que maneira as características a ele imputadas permanecem como heranças sociais de poder e cultura.

 

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Biografia do Autor

Ana Carolina Eiras Coelho Soares, Universidade Federal de Goiás

Professora Adjunta do Programa de Pós-Graduação e da Faculdade de História da Universidade Federal de Goiás. Doutora em História Política UERJ. Mestre em História UERJ.  Bolsista FAPERJ entre 2005 e 2008. Pesquisadora do Centro de Estudos dos Oitocentos e pesquisadora do  Laboratório Redes de Poder e Relações Culturais. Atualmente é coordenadora do GT de Gênero da seção Goiás ligado à Anpuh e coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Gênero da Faculdade de História/UFG. Desenvolve atualmente dois projetos de pesquisa na UFG sobre gênero.  Atuou como pesquisadora pelo Arquivo Nacional entre 2003 e 2005. Entre outros trabalhos, publicou na Revista Brasileira de História (vol. 31 n. 60) o artigo: “Nos Caminhos da Pena de um Romancista Oitocentista: o Rio de Janeiro de Diva, Lucíola e Senhora”.

Neide Célia Ferreira Barros, Universidade Federal de Goiás

Especialista em História Cultural (UFG); Bacharel em Direito e bolsista PIVIC História (UFG)

Referências

FONTES

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Revista Feminina. Janeiro de 1915.

Revista Feminina. Janeiro à Dezembro de 1921.

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Acervos da Revista Feminina Disponíveis em:

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Biblioteca da Universidade Estadual de São Paulo. Online. Disponível em <http://www.delphos.biblioteca.unesp.br>

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Publicado

2014-07-09

Como Citar

Soares, A. C. E. C., & Ferreira Barros, N. C. (2014). As propagandas da Revista Feminina (1914-1936): a invenção do mito da beleza. Oficina Do Historiador, 7(1), 106–120. https://doi.org/10.15448/2178-3748.2014.1.14655

Edição

Seção

Artigos