Jayme Moreira da Silva: escritas do cotidiano

Autores

  • Alexandre Barcelos Silveira PPGH PCRS

DOI:

https://doi.org/10.15448/2178-3748.2014.2.16314

Palavras-chave:

Biografia. Ascensão. Memória.

Resumo

A desde os anos 1960 que a historiografia faz uso de diversos tipos de fontes de pesquisa para a sua análise: imagens, depoimentos, diários, romances, periódicos, correspondências e biografias, muito utilizada pela micro história, para complementar o estudo mais detalhado do seu objeto. A fonte biográfica, transformada em escrita epistolar, muitas vezes demonstra particularidades, relações e silêncios existentes entre o sujeito estudado e os demais atores contemplados na história. Este artigo vai ao encontro destes pressupostos: apresentar o livro “O Lobisomem do Morro Santana” escrito por Jayme Moreira da Silva em 2005 como importante fonte de pesquisa, analisando, ascensão/e ou entraves a isso de seus contemporâneos afrodescendentes. Suas memórias estão gravadas neste livro, como um ex-morador da Colônia Africana, fala com propriedade de seu cotidiano em relação a outros atores, como seu avô, o Sr Abel de Souza que lhe contava histórias carregadas de silêncio, mas com muitos sentidos de um homem influente e misterioso em Porto Alegre, no início do século XIX, denominado de Lobisomem do Morro Santana.

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Biografia do Autor

Alexandre Barcelos Silveira, PPGH PCRS

Possui graduação em HISTÓRIA LICENCIATURA PLENA -(2009). Especialização em História Africana e Afro Brasileira (2011). Mestrando em História - Linhas de pesquisa: escravidão, religiosidade e mobilidade urbana do povo da ex Colônia Africana em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Outras linhas de pesquisa concentram-se nas questões raciais como o conceito de branqueamento, exclusão de populações oriundas da escravidão ou seus descendentes. Fator preponderante da sua pesquisa é a história oral temática, coletando dados e cotejando informações relevantes ao tema.

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Publicado

2014-12-04

Como Citar

Silveira, A. B. (2014). Jayme Moreira da Silva: escritas do cotidiano. Oficina Do Historiador, 7(2), 40–61. https://doi.org/10.15448/2178-3748.2014.2.16314