Labirintos identitários em Todos os nomes, de Saramago

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1983-4276.2022.1.41912

Palavras-chave:

Discurso, Pós-modernidade, Literatura, Identidade

Resumo

Este trabalho problematiza a construção de identidades nestes tempos contemporâneos a partir de uma leitura do romance Todos os nomes, de José Saramago, pelo prisma teórico-metodológico dos estudos discursivos e culturais, centrando a discussão no personagem Sr. José. Este é um exercício analítico cujo desejo é contribuir para as discussões a respeito da relação entre discurso, literatura e identidade na chamada (pós)modernidade. Discutir “identidade” é também levantar pontos sobre “sujeito”, “subjetividade”, “história”, dentre outros termos nucleares a esse campo de estudo. O presente artigo, com base de modo especial em Stuart Hall e Zygmunt Bauman, inicia um percurso em busca por respostas para quem são os “anônimos” (ou Zés) na (pós)modernidade e como se constroem suas próprias significações na contemporaneidade. Fazem-se aqui perguntas; levantam-se algumas respostas.

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Biografia do Autor

Marcos Lúcio de Sousa Góis, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, Brasil.

Doutor em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP). Líder do Grupo de Pesquisa TD: discurso, memória e violência. Professor Associado da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), em Dourados, MS, Brasil.

Noraci Cristiane Michel Braucks, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, Brasil.

Mestre em Letras pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), em Dourados, MS, Brasil.

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Publicado

2022-03-08

Como Citar

Góis, M. L. de S., & Braucks, N. C. M. (2022). Labirintos identitários em Todos os nomes, de Saramago. Navegações, 15(1), e41912. https://doi.org/10.15448/1983-4276.2022.1.41912

Edição

Seção

Dossiê