Personagens subalternas em Milton Hatoum
Medindo silêncios em três romances
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2021.3.38791Palavras-chave:
Personagens subalternas, Milton Hatoum, Intelectual pós- -colonialResumo
Inserindo a abordagem de algumas personagens subalternas dos três primeiros romances de Milton Hatoum no quadro dos Estudos da Subalternidade, particularmente segundo aportes do ensaio Pode o subalterno falar?, da crítica e teórica indiana Gayatry Spivak, é possível rastrear elementos de continuidade na caracterização dessas personagens: Anastácia Socorro (Relato de um certo Oriente, 1989), Domingas (Dois irmãos, 2000) e Naiá (Cinzas do Norte, 2005) são empregadas agregadas e subalternas às famílias às quais servem. Podem ser destacados, porém, traços distintivos e diferenciados entre elas, que dão conta da heterogeneidade desse grupo (que não é típico ou “monolítico”, novamente em referência à análise de Spivak). De uma a outra, na busca de uma individuação dessas personagens na obra do autor, procedemos ao que o filósofo francês Pierre Macherey (citado por Spivak em seu ensaio) preconizou como método, mas que desenvolveremos como dinâmica de investigação: “medir silêncios”, observar o que essas mulheres calam ou dizem, tentando dar-lhes voz, ouvir suas reticências e valorizar sua presença no texto.
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Referências
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