Espaços urbanos em trânsito na poesia de Antonio Cicero
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2021.1.37893Palavras-chave:
Poesia brasileira contemporânea, Espaços urbanos, Antonio CiceroResumo
A poesia brasileira contemporânea, sobretudo aquela produzida desde a década de 1980, tem apresentado relações diretas entre as paisagens citadinas e a subjetividade. Em poéticas assumidamente espaciais, o sujeito lírico é confrontado com novas experiências urbanas que ampliaram sua percepção de mundo na observância dos gestos que marcam o cotidiano. Nessas revelações, a poesia passa a investir na primeira pessoa endereçada ao promover a expansão da noção de sujeito lírico que, por sua vez, passa a se identificar com espaços e imagens visuais. Essas associações criam um sujeito fora de si que, por meio de seu contato com diferentes lugares, cria uma nova experiência do olhar que rompe com as fronteiras dentro/fora. Partindo da expansividade e o endereçamento poético aos diversos espaços urbanos, apresentamos uma leitura de alguns poemas presentes nos livros A cidade e os livros (2002) e Porventura (2012), do poeta Antonio Cicero. Nessas obras, as experiências do tema urbano aparecem em poemas que evidenciam a relação poesia e paisagem e como essa relação, no poeta em questão, marca a imprecisão tempo-espacial da cidade contemporânea ao mesclar as paisagens da urbe a espaços e a tempos míticos.
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