Uma filosofia para o Brasil

A identidade nacional brasileira em A estética da vida

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-4301.2020.3.36509

Palavras-chave:

identidade nacional, Graça Aranha, Estética da vida

Resumo

Este artigo têm o objetivo de analisar de que maneira o escritor José Pereira da Graça Aranha representou a identidade nacional brasileira no conjunto de ensaios A estética da vida, publicado em 1921. José Pereira da Graça Aranha (1868- 1931), natural de São Luís do Maranhão, escritor e diplomata brasileiro, formou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Recife. Graça Aranha preocupou-se em definir o que significava ser brasileiro. Na tentativa de sanar essa questão, elaborou procurou explicar o que constituía o ser brasileiro e os motivos de se ter tais características. Divulgou seus projetos através de publicações, que compreendiam textos como ensaios, romances, entre outros. A obra Estética da vida é formada por um conjunto de ensaios, dentre os quais Aranha expõe suas concepções filosóficas de mundo, apresentando a visão de que cada povo tem uma característica própria que formaria a alma da raça. Para Aranha, cada nação integraria o todo universal através de sua singularidade. Nessa obra o autor explica como seria formado esse todo e de que maneira o Brasil poderia encontrar sua característica para integrá-lo, trazendo também sua explicação de pátria e nação. Para o estudo, vamos perceber como Aranha utilizou os ideais do determinismo racial e demográfico, o conceito de nação que apresentou, além do contexto da escrita e as principais ideias que influenciaram a produção dos ensaios.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Débora Priscila Graeff, Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), São Leopoldo, RS

Mestre em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, RS; doutoranda em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) – com bolsa de incentivo concedida pela CAPES – em São Leopoldo, RS, Brasil.

Referências

ARANHA, José Pereira da Graça. Estética da vida. Rio de Janeiro: Livraria Garnier, 1921.

ARANHA, José Pereira da Graça. Obra completa. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1968.

ADORNO, Theodor W. O ensaio como forma. In: ADORNO, Theodor W. Notas de literatura I. São Paulo: Duas Cidades, 2003. p. 15-45.

ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

ARAÚJO, Jean Marcel Oliveira. O pré-modernismo: a luta entre passadistas, modernos e modernistas no campo artístico brasileiro. Pensares em Revista, São Gonçalo, n. 1, p. 117-134, jul./dez. 2012. DOI: https://doi.org/10.12957/pr.2012.4806.

AZEVEDO, Maria Helena C. Um senhor modernista: biografia de Graça Aranha. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2002.

BARBOSA, Ivan Fontes. Tobias Barreto: mestiçagem e sociologia no Brasil do século XIX. Moderna språk, Estocolmo, v. 108, n. 01, 2014.

BERND, Zilá. Literatura e Identidade Nacional. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 1992.

BORGES, Bento Itamar. Ensaios filosóficos e peripécias do gênero. Caxias do Sul: EDUCS, 2006.

BOSI, Alfredo. História concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Editora Cultrix, 1975.

BOURDIEU, Pierre. A força da representação. In: BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas linguísticas: o que falar quer dizer. São Paulo: EDUSP, 1996. p. 107-116.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.

BROOKSHAW, David. Raça e cor na literatura brasileira. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1983.

CARVALHO, Carlos Delgado. História diplomática do Brasil. Brasília, DF: Ed. Senado Federal, 1998.

CARVALHO, Elísio de. Os bastiões da nacionalidade. Rio de Janeiro: Anuário do Brasil, 1922.

CATROGA, Fernando. Pátria e Nação. Disponível em: http://www.humanas.ufpr.br/portal/cedope/files/2011/12/P%C3%A1triaa%C3%A7%C3%A 3o-Fernando-Catroga.pdf. Acesso em: 1 set. 2015.

CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre incertezas e inquietude. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2002.

CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Bertrand/Difel, 1990.

HARDMAN, Francisco Foot. Antigos Modernistas. In: NOAVAES, Adauto (org.). Tempo e História. São Paulo: Cia. das Letras: Secretaria Municipal da Cultura de São Paulo, 1992. p. 289-305.

GARBUGLIO, José Carlos. De Ibsen a Graça Aranha. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, São Paulo, n. 4, p. 81-96, 1968. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i4p81-96.

GARBUGLIO, José Carlos. O universo estético-sensorial de Graça Aranha. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, 1966.

HOBSMAWM, Eric. Nações e nacionalismos desde 1780. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

KLAXON. Mensário de arte moderna. São Paulo: [s. n.], dez. 1922-jan. 1923.

LAFER, Celso. A identidade internacional do Brasil e a política externa brasileira: passado, presente e futuro. São Paulo: Perspectiva, 2001.

LARROSA, Jorge. O ensaio e a escrita acadêmica. Educação e realidade, v. 28, n. 2, p. 101-115, jul./dez. 2003.

MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. São Paulo: Cultrix, 1974.

MORAES, Eduardo Jardim de. Modernismo revisitado. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, p. 220-238, 1988.

MORAES, Eduardo Jardim de. A brasilidade modernista: sua dimensão filosófica. Dissertação (Mestrado em Filosofia) – Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1976.

MURARI, Luciana. Tudo mais é paisagem: representações da natureza na cultura brasileira. Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós-Graduação em História Social, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, USP, São Paulo, 2002.

OLIVEIRA, Lucia Lippi. A questão da identidade nacional na Primeira República. São Paulo: Brasiliense, 1990.

ORTIZ, Renato. Cultura Brasileira e Identidade Nacional. São Paulo: Brasiliense, 1994.

PAES, José Paulo. Canaã e o Ideário Modernista. São Paulo: EDUSP, 1992.

PASSOS, Aruanã Antônio dos. Pensamento em combate: Tobias Barreto na aurora da República (1869-1889), 2016. Tese (Doutorado em História) - Faculdade de História (FH), Programa de Pós-Graduação em História,

Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2016.

PESAVENTO, Sandra J. Literatura, História e Identidade Nacional. Vidya, Santa Maria, v. 1, n. 1, p. 9-27, nov. 1976.

PIRES, Livia Claro. Os inimigos da nação: A Liga Brasileira pelos Aliados e os discursos sobre o perigo alemão durante a grande guerra (1915-1919). Oficina do Historiador, Porto Alegre, v. 8, n. 1, p. 61-80, jan./jun. 2015. DOI: https://doi.org/10.15448/2178-3748.2015.1.19878.

POUTIGNAT, Philipe. Teorias da etnicidade. Seguido de grupos étnicos e suas fronteiras de Fredrik Barth. São Paulo: Editora da UNESP, 1998.

SILVA, Lindinei Rocha; SILVA, Andrea Targino da. A inscrição do ensaio nos gêneros literários. Cadernos da FaEL, Iguaçu, v. 3, n. 8, maio/ago. 2010.

SEVCENKO, Nicolau. Literatura como missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira República. São Paulo: Editora Brasiliense, 1999.

SCHWARCZ, Lilia K. M. Espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil - 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

THIESSE, Anne-Marie. Ficções criadoras: as identidades nacionais. Anos 90, Porto Alegre, v. 9, n. 15, p. 7-23, 2001/2002. DOI:https://doi.org/10.22456/1983-201X.6609.

VELLOSO, Mônica Pimenta. História e Modernismo. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010.

WALDMAN, Taís. À “frente” da Semana da Arte Moderna: a presença de Graça Aranha e Paulo Prado. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 23, n. 45, jan./jun. 201. DOI:https://doi.org/10.1590/S0103-21862010000100004

Downloads

Publicado

2020-05-22

Como Citar

Graeff, D. P. (2020). Uma filosofia para o Brasil: A identidade nacional brasileira em A estética da vida. Letrônica, 13(3), e36509. https://doi.org/10.15448/1984-4301.2020.3.36509