Cunhataí: ficção e história intermediadas pela memória

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-4301.2017.1.24693

Palavras-chave:

Cunhataí, Ficção, História, Memórias.

Resumo

Através da análise de Cunhataí: um romance da Guerra do Paraguai (2003), de Maria Filomena Bouissou Lepecki, pretende-se abordar questões relacionadas aos discursos ficcional, memorialístico e histórico, ligadas a um enredo ambientado no espaço geográfico e cultural do que, na época, tratava-se da fronteira entre Brasil e Paraguai na região equivalente ao sul do Mato Grosso, hoje Mato Grosso do Sul. A proposta consiste em salientar as possíveis inter-relações entre ficção, memória e história no romance, que apresenta como pano de fundo a Guerra do Paraguai, sendo possível perceber a mescla dos discursos literário e histórico que, intermediados pela memória, se complementam na narrativa. Com o intuito de salientar a relevância do romance enquanto narrativa contemporânea, cuja contribuição é significativa para a compreensão da memória cultural do povo brasileiro, especialmente para a formação histórica do Mato Grosso do Sul, interpretamos certos aspectos do romance seguindo rastros da história recuperados por intermédio da memória. Assim, é sob o ponto de vista de uma “revisitação” e de uma ficcionalização com base nos relatos sobre a Guerra do Paraguai que Cunhataí surge com uma abordagem inusitada pela própria dessacralização do registro conhecido como “oficial”.

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Biografia do Autor

Marinalva da Silva Pedro de Almeida, UFGD- Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Mestre em Letras, área de concentração: Literatura e Práticas Culturais. Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).

Paulo Bungart Neto

Professor Doutor. Docente do Programa de Mestrado em Letras da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Projeto de pesquisa: “Literatura brasileira contemporânea: memórias, autobiografias, história(s)”.

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Publicado

2017-12-27

Como Citar

de Almeida, M. da S. P., & Neto, P. B. (2017). Cunhataí: ficção e história intermediadas pela memória. Letrônica, 10(1), 423–432. https://doi.org/10.15448/1984-4301.2017.1.24693