Construções de posse predicativa na língua Apurinã (Aruak)
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2015.2.20347Palavras-chave:
Domínio da posse, Posse predicativa, Apurinã, Aruak.Resumo
A presente pesquisa aborda as principais questões relativas à codificação linguística da posse em construções verbais da língua Apurinã (Aruak), falada por várias comunidades indígenas espalhadas ao longo de diferentes tributários do rio Purus, sudeste do estado do Amazonas. Para tanto, parte-se das contribuições de alguns estudiosos que se ocupam em descrever a posse enquanto categoria linguística, no intuito de comparar o que se tem sobre esse assunto em termos tipológicos e o que se observa na língua Apurinã, em construções de posse predicativa. Assim, recorreuse a autores como Heine (2001), Perniss e Zeshan (2008) e Stassen (2009) para a caracterização tipológica e classificação do domínio da posse. Em se tratando da expressão de posse em Apurinã, apresenta-se um resumo da análise anteriormente feita por Facundes (1995 e 2000), para, então, apresentar novos dados e análises, com base em pesquisas de campo desenvolvidas em novembro de 2014 e abril de 2015. Em Apurinã, a forma verbal awa, significando ‘ter’, ocorre em construções de posse predicativa, como em n-awa-ry epi kanawa, ‘Eu tenho duas canoas’ (em que n- codifica a 1ª pessoa do singular; awa corresponde ao verbo ‘ter’; ry equivale à 3ª pessoa do singular masculino objeto; epi significa ‘dois’ e kanawa corresponde à ‘canoa’). Adicionalmente à forma awa, na pesquisa de campo desenvolvida foram detectadas duas outras formas verbais nunca antes atestadas relacionadas à expressão de posse, as quais serão descritas neste artigo.
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Referências
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