Monotongação de ditongos orais decrescentes na escrita de crianças de séries iniciais
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2014.2.17922Palavras-chave:
Monotongação, Ditongo oral decrescente, Oralidade/EscritaResumo
A ocorrência de monotongação de ditongos decrescentes na fala é fato bastante conhecido. Alguns estudiosos têm se dedicado a observar como esse fenômeno pode se manifestar na escrita, e este trabalho se enquadra nesta vertente. Portanto, o objetivo deste trabalho é realizar uma pesquisa referente à ocorrência de monotongação em ditongos orais decrescentes na escrita de alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental. São objeto de análise os ditongos [aj] e [ej], como nas palavras “caixa” e “queijo”, que podem ser escritas “caxa” e “quejo”, respectivamente. Participaram da pesquisa quarenta e dois alunos, divididos entre o 3º, o 4º e o 5º ano de uma escola pública do município de Bagé (RS). A coleta de dados foi feita a partir de gravuras que representavam palavras com os ditongos sob análise. As gravuras eram mostradas e os alunos escreviam as palavras. Os resultados indicaram que a taxa geral de monotongação na escrita é pequena e que o ditongo [aj] apresenta um pouco menos de apagamento do glide do que o ditongo [ej]. Além disso, no que diz respeito aos condicionantes linguísticos, foi possível perceber que o tepe favorece a ocorrência da monotongação. Sobre os condicionantes extralinguísticos, verificou-se que o sexo feminino favorece ligeiramente a monotongação e que houve um resultado inesperado no que diz respeito à escolaridade dos informantes, uma vez que o 4º ano foi o que apresentou as maiores taxas de apagamento do glide. Este estudo aponta para a importância de os professores das séries iniciais terem os conhecimentos linguísticos necessários para realizar atividades pedagógicas bem fundamentadas nos casos em que a escrita revela padrões de variação que ocorrem na fala, como destaca Mollica (2000).Downloads
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