A Revolução Húngara de 1956 e a argumentação anticomunista no discurso público no Brasil no tempo da formação da Política Externa Independente

Autores

  • Ágnes Judit Szilágyi Universidade Eötvös Loránd

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-864X.2016.1.21831

Palavras-chave:

Brasil, Hungria, Revolução de 1956, propaganda anticomunista

Resumo

Em fins dos anos 1950 e no início dos anos 1960, a política exterior brasileira estava se adaptando às transformações do sistema internacional. Na longa discussão que se seguiu, havia naturalmente dois polos, o dos que punham argumentos favoráveis, os mais pragmáticos, apoiadores do reestabelecimento dos contatos com o Leste; e os do contra, principalmente os anticomunistas e antissoviéticos implacáveis, que rejeitavam completamente qualquer forma da aproximação entre o Brasil e o Bloco Soviético. Neste último contexto, a Revolução Húngara de 1956 tinha papel importante como exemplo da resistência contra o regime soviético. O nosso estudo pretende analisar fontes impressas (livros e folhetos) e apresentar a memória viva da revolução húngara como um acontecimento heroico, de valor puramente simbólico para o público brasileiro, e como algo útil para a propaganda anticomunista. A Hungria mostra o aspecto de uma nação escravizada, cuja revolução de 1956 se tornou um símbolo da resistência anticomunista.

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Biografia do Autor

Ágnes Judit Szilágyi, Universidade Eötvös Loránd

Departamento de História Universal Contemporânea, responsável pelas áreas dos países da Península Ibérica e da América Latina

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Publicado

2016-02-11

Como Citar

Szilágyi, Ágnes J. (2016). A Revolução Húngara de 1956 e a argumentação anticomunista no discurso público no Brasil no tempo da formação da Política Externa Independente. Estudos Ibero-Americanos, 42(1), 127–141. https://doi.org/10.15448/1980-864X.2016.1.21831

Edição

Seção

Dossiê: Pensamentos e práticas políticas conservadoras no século XX